Nos
primeiros minutos depois de assumir o Ministério das Comunicações, sexta-feira(2),
o petista Ricardo Berzoini deu declarações autoexplicativas sobre as razões de
ter sido instalado no cargo: disse que o governo vai implementar seu projeto de
censura da imprensa, agora batizado pelo PT de regulação econômica da mídia.
Fiel
escudeiro do ex-presidente Lula, de quem foi ministro, Ricardo Berzoini tem
raízes no sindicalismo bancário, foi presidente do PT e é conhecido na Câmara
dos Deputados pelo estilo truculento e pela ligação com as alas mais radicais
do partido. A pedido de Lula e do comando do PT, ele assume a cadeira que era
ocupada pelo paranaense Paulo Bernardo, que não encampava a proposta de censura
aos meios de comunicação.
“O
Poder Executivo pode fomentar a discussão. Todos os setores da economia que têm
grande impacto social e econômico são regulamentados”, justificou. Para o
ministro, o projeto fala "regulação econômica" porque o
debate começará sobre as concessões públicas.
Após
receber o cargo de Bernardo, Berzoini disse que empresários, sindicalistas e
representantes de movimentos sociais serão chamados para discutir a proposta
que o Executivo apresentará para votação no Congresso. De acordo com o novo
ministro, inicialmente há a intenção de incluir na proposta a regulação de
conteúdo – como pretende o PT. Mas isso inicialmente: o próprio Berzoini
admitiu que, “se for bem conduzida”,
essa proposta “pode ser bem sucedida”
e não conseguiu esconder o DNA bolivariano da proposta. "Se houver participação popular, tanto
melhor."
Pela
proposta do PT, para quem a imprensa livre é tratada como oposição, além de
direcionar sua artilharia contra os grandes grupos de comunicação, um dos focos
é a distribuição da receita publicitária aos veículos de informação – o que
poderia redundar, no futuro, no controle indireto do conteúdo pelo governo.
(Laryssa
Borges)
Sexta-feira,
2 de janeiro, 2015
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