O
terrorismo islâmico sequestrou boa parcela da consciência do Ocidente. Antes
que se impusesse por intermédio da brutalidade e da barbárie, seus agentes
voluntários e involuntários fizeram com que duvidássemos dos nossos próprios
valores. Antes que matassem nossas crianças, nossos soldados, nossos
jornalistas, nossos chargistas, nossos humoristas, atacaram, com a colaboração
dos pusilânimes do lado de cá, os nossos valores. “Nossos, de quem,
cara-pálida?”, perguntará um dos cretinos relativistas do Complexo Pucusp. Os
do Ocidente cristão e democrático.
Na
nossa imprensa e em toda parte, com raras exceções, a primeira preocupação, ora
vejam!!!, era não estimular a “islamofobia”, uma mentira inventada pela máquina
de propaganda dos centros culturais de difusão do Islã no Ocidente. Nota à
margem: a “fobia” (se querem dar esse nome) religiosa que mais mata hoje é a
“cristofobia”. Todo ano, mais ou menos 100 mil cristãos são assassinados mundo
afora por causa de sua religião. E não se ouve a respeito um pio a Orientes e
Ocidentes.
Uma
curiosidade intelectual me persegue há tempos: por que cabe ao Ocidente cristão
combater a suposta “islamofobia”? Por que as próprias entidades islâmicas
também não se encarregam no assunto? Sim, muitas lideranças mundo afora repudiaram
o ataque ao jornal francês, mas sugerindo, com raras exceções, nas entrelinhas,
que se tratava de uma resposta injusta e desproporcional a uma ofensa que de
fato teria sido desferida contra o Islã e o Profeta. E então chegamos ao cerne
na questão.
Sou
católico. As bobagens e ignorâncias que se dizem contra a minha religião — e já
faz tempo que o ateísmo deixou de ser um ninho de sábios —, com alguma
frequência, me ofendem. E daí? Há muito tempo, de reforma em reforma, o
catolicismo entendeu que não é nem pode ser estado. A religião que nasceu do
Amor e que evoluiu, sim, para uma organização de caráter paramilitar, voltou ao
seu leito, certamente não tão pura e tão leve como nos primeiros tempos,
maculada por virtudes e vícios demasiadamente humanos, mas comprometida com a
tolerância, com a caridade, com a pluralidade, buscando a conversão pela fé.
Não
é assim porque eu quero, mas porque é: o islamismo nasce para a guerra. Surge e
se impõe como organização militar. Faz, em certa medida, trajetória contrária à
do catolicismo ao se encontrar, por um tempo ao menos, com a ciência, mas
retornando, pela vontade de seus líderes, ao leito original. Sim, de fato, ao
pé da letra, há palavras de paz e de guerra, de amor e de ódio, de perdão e de
vingança tanto no Islã como na Bíblia. De fato, também no cristianismo, há
celerados que fazem uma leitura literalista dos textos sagrados. E daí? Isso só
nos afasta da questão central.
Todas
as religiões podem ser praticadas livremente nas democracias ocidentais porque
todas podem ser igualmente criticadas, inclusive pelos estúpidos. Mas como
explicar isso a um estúpido como Barber, um terrorista que já está entre nós?
Por
Reinaldo Azevedo
Domingo,
11 de janeiro, 2015
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