A
Polícia Federal deflagrou, segunda-feira (28/11), a Operação Reis do Gado, com
o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava em Tocantins
praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de
dinheiro por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio
de membros da família do governador, Marcelo Miranda. Foi apurado que o grupo
movimentou mais de R$200 milhões em lavagem de dinheiro.
Participam
da operação cerca de 280 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 108
mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, sendo 8
mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e
apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína no Tocantins, Goiânia/GO,
Brasília/DF, Caraguatatuba/SP Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São
Felix do Xingu e Sapucaia/PA.
A
investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas
com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo
estadual, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos. As autoridades
identificaram, até o momento, um montante de mais de 200 milhões de reais
efetivamente lavados.
A
ocultação do dinheiro desviado ilicitamente era feita por meio de transações
imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais
dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do
valor teve por destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no
Estado.
Chamou
atenção dos policiais o volume de algumas transações financeiras do grupo que,
pela sua desproporcionalidade, denotam claramente a intenção de dissimular as
vultosas movimentações ilícitas do grupo. Em um dos casos foi identificada um
contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não
caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o
rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como “Gados de Papel”.
Em
outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa
de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo
dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar
para que se pudesse suprir o valor integral do contrato.
Os
investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato,
corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa.
O
nome da operação “Reis do gado” foi dado em razão dos principais investigados
serem grandes pecuaristas no Estado do Pará e o gado era a destinação de grande
parte do dinheiro desviado, onde se operava verdadeira lavagem de dinheiro.
Segunda-feira,
28 de novembro, 2016
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