Se não é, seja nosso novo seguidor

Cadastre-se você também, ja somos 46 brothers no Clube Vip *****

29 de janeiro de 2012

DATAFOLHA: 90% DOS BRASILEIROS SÃO FAVORÁVEIS À INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DE USUÁRIOS

Senador Demóstenes Torres é autor de projeto que permite juiz autoriza internação de dependente químico

Projeto de lei do senador goiano Demóstenes Torres propõe que o viciado em crack seja retirado das ruas e receba tratamento em clínicas

Pesquisa do Instituto Datafolha, publicada no jornal Folha de S. Paulo, nesta quarta-feira (25), mostra que 90% dos brasileiros são favoráveis à internação compulsória para o tratamento de viciados em crack. Projeto de lei (111/2010) de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) permite que juízes autorizem a internação obrigatória de viciados em drogas caso especialistas julguem necessário o tratamento devido ao estágio avançado do vício.  Segundo Demóstenes, a proposta afasta o temor dos que são contra a internação compulsória, de o médico prender ou abandonar quem não tem parentes.

“O controle será do Judiciário, depois de ouvir especialistas. O que se deve evitar é a saída mostrada pelos opositores da internação compulsória: levar o dependente ao hospital apenas na iminência da sua morte (para ele ficar apenas "dois ou três dias") e, depois disso, devolvê-lo à sarjeta”, criticou. O projeto determina detenção de seis meses a um ano para o usuário e manda o juiz "substituí-la" pelos cuidados com a saúde.

Questionados pelo Datafolha se um adulto dependente de crack deveria ser internado para tratar seu vício mesmo contra a vontade, 90% dos entrevistados disseram que sim. A concordância é praticamente a mesma entre homens e mulheres e em todas as faixas etárias. Cai um pouco entre os moradores do Sul (86%), os que têm ensino superior (84%) ou renda acima de dez mínimos (79%).

Doentes mentais
A chamada internação involuntária (feita à revelia do paciente/viciado) é prevista na lei 10.216, de 2001, que trata de doentes mentais. Ela exige a recomendação de um médico e que seja comunicado o Ministério Público em até 72 horas, para que se evitem abusos.

O tema voltou a criar polêmica com o lançamento, em dezembro passado, do plano federal de combate ao crack e com a ação da PM na cracolândia, iniciada no dia 3 pelo governo do Estado de São Paulo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu a internação involuntária dos craqueiros. Ganhou o apoio de psiquiatras e a oposição de psicólogos.

Outro importante apoiador da internação contra a vontade do viciado grave é o médico Dráuzio Varella, que aconselha visitar uma cracolândia para entender como é primária a ideia de que o craqueiro pode decidir em sã consciência o melhor caminho para a sua vida.

“Com o crack ao alcance da mão, ele é um farrapo automatizado que não tem outro desejo senão conseguir a próxima pedra para o cachimbo. Veja a hipocrisia: não podemos interná-lo contra a vontade, mas podemos mandá-lo para a cadeia assim que roubar o primeiro celular. Não seria mais lógico construir clínicas pelo País inteiro com pessoal treinado para lidar com os dependentes? Não sairia mais em conta do que arcar com os custos materiais e sociais da epidemia?”, questionou.

Dráuzio Varella afirmou que não é ingênuo para acreditar que, ao sair desses centros de recuperação, o ex-usuário se transformaria em cidadão exemplar. “Mas ao menos haveria uma chance. Se continuasse na sarjeta, que oportunidade teria? E se, ao ter alta da clínica, recebesse acompanhamento ambulatorial, apoio psicológico e oferta de um trabalho decente desde que se mantivesse de cara limpa documentada por exames periódicos rigorosos, não aumentaria a probabilidade de ficar curado?”, perguntou.

Domingo.29/01/2012 ás 7:20h
Postado pelo Editor

Nenhum comentário:

Postar um comentário