Caio Silva de Souza estava
escondido em Feira de Santana, na Bahia.
Recepcionista diz que ele pagou
em dinheiro e saiu do quarto só uma vez.
O auxiliar de serviços Caio Silva
de Souza, de 23 anos, preso sob suspeita de acender e soltar o rojão que matou
um cinegrafista da TV Bandeirantes em um protesto no Rio de Janeiro na semana
passada, teria usado um nome falso para se hospedar na pousada Gonçalves, perto
da rodoviária de Feira de Santana, onde ele foi preso na madrugada desta
quarta-feira (12/02).
A informação é Ergleidson de Jesus Moreira, recepcionista
do estabelecimento.
Segundo Ergleidson, o suspeito se
identificou como Vinícius Marcos de Castro e usou dinheiro para pagar a
hospedagem. "Ele chegou sozinho ontem [terça-feira] à tarde. Ele pagou a
diária de R$ 30 à vista, em dinheiro, e foi para o quarto, onde quase não saiu
de lá", relata o recepcionista.
Ergleidson afirma que nenhum
hóspede chegou a desconfiar do suspeito, que só deixou o quarto uma vez para
atender uma ligação. "Ninguém reconheceu ele porque ninguém tinha imagens.
Eu vi ele só em um momento, quando um homem ligou para a pousada dizendo que
era irmão dele, perguntando o nome que ele se identificou. Essa pessoa disse
que estava chegando a Salvador e vinha para cá e que era para reservar seis
apartamentos. Aí eu passei a ligação para ele", diz.
O funcionário conta ainda que
Caio estava tranquilo e que não chegou a levantar suspeitas. "Ele estava
calmo o tempo todo. Por volta das 2h a polícia chegou aqui e fui eu que atendi.
Já vieram com toda informação e decretaram voz de prisão. Nenhum hóspede saiu
dos seus apartamentos e a ação durou de dez a quinze minutos. Depois eu fui
pesquisar na internet e vi quem era", conta.
Segundo outro funcionário do
estabelecimento, Marcos Paulo Costa dos Santos, responsável por registrar a
entrada do suspeito na pousada, ele não apresentou documento de identidade.
"A gente só exige quando é menor de idade. Quando é maior, se não tiver, a
gente deixa", acrescenta.
Registros na polícia
O delegado que investiga o caso
informou que foi Fabio Raposo quem apontou Caio Silva como responsável pelo
disparo de rojão que atingiu o cinegrafista. O suspeito foi identificado
através de uma foto mostrada a Fabio Raposo, que teria contado também que
conhecia Caio de outros protestos e que o suspeito tem um perfil violento.
Caio Souza tem quatro registros
na polícia do Rio. Em 2008, deu queixa dizendo ter sido agredido pelo irmão. Em
2010, foi levado duas vezes à delegacia
por suspeita de porte de drogas,
mas não chegou a ser acusado. E, em 2013, foi à polícia dizer que tinha
sido agredido em um protesto no Centro
do Rio.
Caio Souza e Fábio Raposo foram
indiciados por homicídio doloso qualificado por uso de artefato explosivo e
crime de explosão. Se forem condenados, podem pegar até 35 anos de prisão.
Fonte: G1
Quarta-feira, 12 de fevereiro,
2014.
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