O
Conselho Nacional de Justiça registra cinco processos disciplinares contra o
desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4), que deu uma ordem, durante plantão judicial, para soltar o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre
as iniciativas está uma ação movida por juízes, desembargadores, promotores e
procuradores do Ministério Público Federal. Para o grupo, que reúne 189 membros
do Judiciário e do MP, o habeas corpus em favor de Lula viola as decisões
colegiadas tomadas anteriormente.
Os
autores dos pedidos contestam a atuação de Favreto no caso sob o argumento de
que ele não poderia ter concedido o pedido da defesa de Lula, cuja liberdade já
havia sido negada pela 8ª Turma do TRF4, pelo Superior Tribunal de Justiça e
pelo Supremo Tribunal Federal.
A
justificativa é que o próprio CNJ já definiu que o plantão “não se destina à
reiteração de pedido já apreciado no órgão judicial de origem ou em plantão
anterior, nem à sua reconsideração ou reexame”.
Apesar
de, ao final, seu ponto ter prevalecido, Moro também deve enfrentar o CNJ. Por
enquanto, o juiz é alvo de um processo registrado no conselho, mas os autores
do habeas corpus, os deputados petistas Wadih Damous e Paulo Teixeira, já
afirmaram que vão denunciá-lo.
O
próprio Favreto, no segundo de seus três despachos, pede que o juiz de Curitiba
seja investigado. “Não é ele quem responde sobre esse processo. Quem responde
pelo processo é a juíza da 12ª Vara de Execução Penal de Curitiba. [Moro] não
tinha competência nem era autoridade coatora”, disse em entrevista.
Vaivém
O
petista está preso desde o dia 7 de abril na Polícia Federal em Curitiba em
decorrência de sua condenação a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do tríplex do
Guarujá.
O
pedido de liberdade feito por três advogados petistas (Wadih Damous, Paulo
Pimenta e Paulo Teixeira) foi apresentado 32 minutos depois de Favreto assumir
o plantão judiciário do TRF4, na noite de sexta-feira. A decisão de soltar Lula
veio na manhã deste domingo.
Por
volta de 12h, o juiz Sérgio Moro determinou que a ordem de soltura não fosse
cumprida e, orientado pelo presidente do TRF4, o desembargador Carlos Eduardo
Thompson Flores, pediu orientações ao relator da Lava Jato na corte, João Pedro
Gebran Neto.
Favreto
reiterou sua decisão, mas logo em seguida Gebran Neto, em resposta ao despacho
de Moro, determinou que a ordem para soltar Lula não fosse cumprida.
Na
sequência, em Favreto insistiu em sua ordem e determinou uma vez mais que Lula
fosse solto. Coube a Thompson Flores encerrar a batalha de despachos no final
do dia. O presidente da corte deu razão a Gebran e afirmou que Favreto não
tinha competência para decidir sobre a liberdade de Lula porque este pedido já
havia sido analisado — e negado — pela corte. (VEJA)
Segunda-feira,
09 de julho, 2018 ás 09:38
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