A
indefinição das candidaturas à Presidência da República e a dificuldade dos
pré-candidatos em atrair partidos para suas coligações vão retardar a
realização das convenções partidárias para as eleições de 2018. A menos de 20
dias do início do prazo legal para definir oficialmente os candidatos, a maior
parte dos dirigentes ainda não tem data marcada para os encontros e fala em
realizá-los no limite, às vésperas do início da campanha.
O
período estipulado pela Justiça Eleitoral vai de 20 de julho a 5 de agosto. A
campanha começa 11 dias depois, em 16 de agosto. Até agora agendaram data o PDT
(20/7), de Ciro Gomes; o PSC (20/7), do ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de
Castro; o PSOL (21/7), de Guilherme Boulos, o Podemos (22/7), do senador
paranaense Alvaro Dias; o PCdoB (1/8), que tem a deputada estadual gaúcha
Manuela d’Ávila como postulante ao Planalto; e o Novo (4/8), do ex-executivo de
bancos João Amoêdo.
Dos
partidos que pretendem lançar candidatos próprios em 2018, o PT adiou a
convenção que pretendia chancelar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mesmo com ele condenado e preso na Operação Lava Jato. O
evento estava previsto para 28 de julho. Agora, o mais provável é que ocorra em
5 de agosto, sem a presença de Lula no palanque.
O
PSDB, do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, deve realizar sua
convenção também na reta final, a primeira semana de agosto. Uma ala do partido
queria que o encontro fosse feito em 21 de julho, mas Alckmin não conseguiu
fechar alianças e não quer fazer uma convenção esvaziada, sem ter um candidato
a vice para anunciar. “Ou vai ser a primeira ou a última”, disse ele.
Cortejado
por Alckmin e Ciro Gomes (PDT), o DEM deve anunciar a desistência de lançar o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), como candidato próprio, mas não tem
previsão de quando realizará seu encontro nacional. “Primeiro, vamos definir
nosso caminho, depois, a data da convenção”, disse o presidente da sigla, o
prefeito de Salvador, ACM Neto.
As
convenções nacionais definem a posição dos partidos na disputa presidencial,
indicando a chapa apoiada pelas siglas. Os pré-candidatos são oficializados
após votação interna, da qual participam os delegados dos diretórios.
Pulverização
O
atraso na realização das convenções é mais um elemento da incerteza que ronda a
disputa eleitoral neste ano. Isso não é provocado por concorrência interna
entre pré-candidatos a presidente de um mesmo partido, mas pela pulverização de
postulantes que ainda não deslancharam nas pesquisas de intenção de voto.
Outro
indicativo é que os pré-candidatos, mesmo os que possuem ampla maioria dentro
de suas siglas para disputar o Palácio do Planalto, não conseguiram ainda
indicar os vices com quem pretendem concorrer, à exceção de Guilherme Boulos. O
PSOL tem acordo com o PCB, que indicou a líder indígena Sonia Guajajara como
pré-candidata a vice-presidente.
O
presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, disse que não marcou data
para lançar em convenção a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (RJ)
e que é cedo para fechar alianças.
(Com
Estadão Conteúdo)
Terça-feira,
03 de julho, 2018 ás 13:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário