Perguntaram
a um cidadão o que fazer diante da incompetência do governo em enfrentar o
desemprego, a alta dos impostos, o custo de vida, a falta da habitação, da alimentação,
do transporte, saúde e educação. A resposta veio com a Constituição: aumentem o
salário mínimo. Pelo menos, está escrito
que deve bastar para atender essas necessidades do trabalhador e de sua
família.
A
presidente Dilma acaba de elevar o salário mínimo para 886 reais. Aumentou 100
reais. Adiantou? Algum sindicato
comemorou? Assistimos passeatas, manifestações, agradecimentos populares?
A
distância entre as necessidades e os meios para atendê-las não só continua a
mesma: aumentou. Tornou maiores as agruras de quem se obriga a enfrentar a
sobrevivência da família, abandonada entre a miséria e o desespero.
Já
se imaginou Madame forçada a limitar com o salário mínimo suas despesas de
todos os dias? Mesmo se supondo atendida pelo poder público nas carências imprescindíveis a permanecer viva,
duraria uma semana?
Aproxima-se
o nó que ninguém desata. A quem recorrer? Se o salário mínimo revela-se inócuo,
amorfo e inodoro, deve ser descartado. Não dá para aplicá-lo como solução,
mesmo se for multiplicado. Substituí-lo pela aplicação do princípio de que a
cada um deve ser dado conforme suas necessidades faz introduzir o egoísmo na
equação. Selecionar e descriminar quem deve e quem não deve ser privilegiado só
aumenta as contradições.
Sendo
assim, emerge apenas uma saída: apostar apenas no salário mínimo estendido a
todos. E negado a muitos.
Carlos
Chagas
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