O
reinício dos trabalhos do Congresso, segunda-feira, faz prever mais do que
tertúlias, senão embates virulentos das tribunas do Senado e da Câmara. O PSDB
e penduricalhos da oposição concluíram, durante o recesso, pela necessidade de
recuperar o tempo perdido, ou seja, aproveitar os escândalos que a cada dia
mais expõem as entranhas do PT e do governo para vibrar golpes definitivos nos
companheiros e nos detentores do poder. Aguarda-se para a semana contundente
pronunciamento de análise da conjuntura pelo senador Aécio Neves. O Lula não
será poupado, assim como outros companheiros e alguns ministros. Sem esquecer
Madame, mesmo por motivos alheios à corrupção. Certamente por conta da
inoperância administrativa.
Para os tucanos, 2018 se resolverá em 2016, ou
seja, vai recrudescer a tentativa do
impeachment da presidente, mais pelo conjunto da obra do que pelas
acusações de pedaladas orçamentárias. Quer o PSDB liderar um movimento nacional
capaz de demonstrar que o país se esfacelará caso Dilma e o PT continuem no
comando até o termino do atual mandato presidencial.
Da
roubalheira que vai sendo comprovada sempre com maiores evidências até o
desemprego em massa, o aumento de impostos, taxas e tarifas, a elevação do
custo de vida e a débâcle da atividade econômica, tentarão os adversários do
governo que o país logo se tornará inviável. Foram reeleitos ano passado, é
verdade, mas acima da eleição está a salvação. A sobrevivência das
instituições.
Embarcado
no mesmo projeto está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda há dias
reforçado pela decisão do Supremo Tribunal Federal de não afastá-lo da função,
conforme pretendia o Procurador Geral da República. Quanto ao Senado, parece mais débil o apoio
do presidente Renan Calheiros, informado de que a Operação Lava Jato vai
estreitando o círculo, além de parte da bancada do PMDB dê a impressão de estar
saltando de banda.
Em
suma, ou o governo e o PT mudam de postura e partem da defesa para o ataque ou
poderão estar assinando sua sentença de morte. Faltava um componente nessa
equação, agora não falta mais: as manifestações populares de inconformismo,
estimuladas pelo aumentos no preço dos transportes coletivos.
Vale
repetir que a temperatura elevou-se durante as férias parlamentares, e Suas
Excelências não poderão deixar de refletir o que julgam ser a voz das ruas. As
sucessivas denúncias do envolvimento de líderes petistas de primeira grandeza
na lambança que a Polícia Federal e o Ministério Público investigam, atingem
agora o próprio ex-presidente Lula.
Voltavam-se
ontem as atenções para o depoimento que o ex-ministro José Dirceu prestará hoje
diante do juiz Sergio Moro. Mesmo disposto a não se transformar em delator, ele
será capaz de tornar mais amargas as agruras do grupo que um dia mandou no
Brasil.
(Carlos
Chagas)
Sexta-feira,
29 de janeiro, 2016
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