Na
hipótese de a comissão especial ou o plenário da Câmara rejeitarem o pedido de
impeachment da presidenta Dilma, é provável que Madame inaugure senão um novo
governo, ao menos uma outra fase de sua administração. A necessidade, primeiro,
será de reordenar os partidos capazes de integrar essa nova etapa. Mesmo
reduzidos, precisam estar dispostos a aderir a um programa de ação comum
destinado a enfrentar os obstáculos à retomada do crescimento econômico. Pelo
jeito, é nisso que trabalha o ministro Nelson Barbosa.
A
primeira iniciativa seria combater o desemprego através do incentivo às obras
do PAC. Do desvio das águas do rio São Francisco, hoje quase paralisado, ao
incentivo à implantação de rodovias e ferrovias, faltam recursos, mas sobra
potencial. As empreiteiras andam ociosas, ainda que agora vacinadas contra a
corrupção e ávidas de estímulos oficiais. Não se negariam ao recrutamento de
mão de obra, porque os planos já existem. Como dinheiro para financiamento,
sempre será possível encontrá-lo nos estabelecimentos oficiais de crédito e nas
empresas privadas.
A
partir de obras públicas chega-se à ampliação do mercado de trabalho e da
circulação da riqueza. Quem sabe até à redução de encargos fiscais. Pelo menos
à sua interrupção.
Falta
vontade política ao governo, como confiança aos meios privados, mas se for
verdadeira a disposição do ministro da Fazenda, quem sabe? Do que precisamos é
de estímulos. Para começar, é claro, torna-se necessário afastar a sombra da
crise política inserida no impeachment. Coisa que depende da iniciativa da
presidente Dilma, da união dos partidos da base em torno de um programa de ação
parlamentar e de um pouco de otimismo. Essas considerações, escritas no
primeiro dia de um ano novo, até que poderiam trazer algum alento, depois de um
ano velho pleno de horrores. Será?
(Carlos
Chagas)
Sábado,
02 de janeiro, 2015
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