Por
maiores boas intenções que a gente demonstre em função de um novo ano, eles não
ajudam nem um pouco. Talvez fosse melhor, no caso, dizer ELA, porque, afinal,
sempre será mais cômodo apontar um responsável. Ou UMA. A simplificação própria
de todos nós, aponta para um culpado de todos os males que acontecem. Como
agora, quando tudo está aumentando, neste começo de janeiro. As tarifas de
transporte coletivo não deixam ninguém mentir. Na primeira semana de 2016 nove
capitais de Estado já anunciaram elevações variadas no preço das passagens de
ônibus, metrô e trens. As maiores vão até 18%, as menores em torno de 7%. Até domingo
subirão os combustíveis, o gás e a energia elétrica. Nos supermercados,
passa-se à refeição amarga do tomate ao arroz e ao feijão. Nas farmácias, não
há remédio que se compre amanhã pelo que se paga hoje.
As
desculpas variam para os chamados “reajustes”. Acordos salariais a ser
respeitados, inflação, custo do frete, aumento do dólar, aguaceiros
imprevistos, seca, demanda reprimida e quantas outras?
O
país é o mesmo, de dezembro para cá, e por isso dizem que o governo nada pode
fazer, a começar pela proibição do aumento de preços. Só que os salários não
acompanham as demais elevações. Mesmo o novo salário mínimo, acrescido de perto
de 100 reais, mostra-se insuficiente para atender as despesas de cada família.
Sem falar nos impostos.
Todo
mundo espera que Madame dê um jeito, mas de acordo com as características do
regime vigente, ela nada pode fazer. Ou não sabe. Qualquer congelamento
despertaria consequências piores. O desemprego já assume proporções de
tragédia.
O
palácio do Planalto anuncia um elenco de medidas que não serão muito diferentes
das fluidas e teóricas sugestões do PMDB, do PT, dos tucanos e de quem mais
ouse iludir os trouxas. Já se come menos, nas camadas pouco favorecidas. Os
aluguéis subiram, mora-se pior, vive-se hoje em condições inferiores a ontem e
quem pensa no amanhã, assusta-se.
Senão
perdeu o controle, o governo anda perto, desfeito que foi o sonho da ascensão
social exaltado pelo Lula e ainda agora repetido pela sucessora. Se ganhos
aconteceram nos tempos da propaganda, escoaram pelo ralo. As sucessivas
promessas de novos planos e programas econômicos apenas aumentam a frustração
de quantos ainda conseguem enganar-se, aliás, cada vez menos. Logo chegaremos
ao “salve-se quem puder”. E ELA, conseguirá?
(Carlos
Chagas)
Quarta-feira,
06 de janeiro, 2016
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