Com
todo o respeito, Madame parece que endoidou quando, sexta-feira(15), a um grupo
de jornalistas, declarou-se favorável ao aumento de impostos, inclusive a volta
da CPMF, e reconheceu que no correr deste ano o número de desempregados passará
dos 10 milhões. Também confirmou que vai
reformar a Previdência Social, aumentando a idade para as aposentadorias.
A
presidente continua fornecendo más notícias. De reformas, só as amargas. Desse
jeito, em vez de recuperar a popularidade, mais despencará. Depois, queixa-se
de que a campanha do impeachment cresceu, em vez de ganhar as profundezas.
A
gente fica pensando se Dilma assumiu de caso pensado a imagem do vetusto
mestre-escola empenhado em assustar os alunos com a sombra da reprovação e da
palmatória. Porque de alternativas para injetar otimismo na classe, ela dispõe.
Mas faz questão de demonstrar o contrário.
Os
dez milhões de desempregados são calculados por baixo. Na verdade, ultrapassam
esse número. A alta do custo de vida
multiplica-se todos os meses, ao tempo em que se reduzem os investimentos. Esta
semana os juros serão aumentados, para felicidade dos especuladores e dos
banqueiros. Cresce o número dos envolvidos no lamaçal da corrupção, atingindo a
cúpula da administração federal e transformando em frangalhos as bases
político-partidárias do governo.
Parece
inevitável a surra que levará o palácio do Planalto nas eleições municipais do
próximo outubro. Os recursos do fundo partidário, mesmo elevados em 183%, não
bastarão para impedir a derrota do PT e adjacências, fazendo prever a derrota
nas eleições presidenciais de 2018, mesmo que o candidato venha a ser o Lula.
Em
suma, enquanto não for apresentado um plano de recuperação nacional voltado
para o crescimento econômico, nada feito. Obras públicas em massa financiadas
pela aliança entre as empresas, os trabalhadores e o governo seriam um bom começo,
mas a retração desses três fatores funciona como um sistema de vasos
comunicantes: cada um puxa os demais para baixo.
Por
essas e outras indaga-se outra vez: Madame endoidou? Perdeu a capacidade de dar
a volta por cima? Está disposta a entregar-se? Mais uma entrevista dessas que
tem concedido anunciando a falta de opções para o país sair do sufoco tornará
evidente a ruptura definitiva entre a sociedade e seus representantes. Depois,
será o que Deus quiser, e, pelo jeito, ELE já está querendo...
(Carlos
Chagas)
Domingo,
07 de janeiro, 2016
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