Intensa
atividade começa a registrar-se a partir da próxima semana no Supremo Tribunal
Federal, na Procuradoria Geral da República e na Polícia Federal. Essas
instituições não vão esperar o Carnaval para iniciar mais uma operação do Lava
Jato, agora voltada para os parlamentares envolvidos nos escândalos da
Petrobras. O procurador Rodrigo Janot liberou, semanas atrás, uma lista parcial
de deputados e senadores acusados de participação nos desvios de verbas,
superfaturamento, distribuição de propinas e demais falcatruas celebradas à
sombra da estatal e com a participação de empreiteiras, doleiros e altos
funcionários públicos.
Não
começa propriamente a fase das apurações, já iniciada. Em linguagem do surfe,
pode-se deduzir estarmos entrando na reta final. O Procurador formalizará as
denúncias, os ministros do Supremo abrirão ou não os processos e os policiais
federais continuarão suas investigações, já em curso. Seria prematuro supor que
pelo menos vinte deputados e cinco senadores estão na alça de mira, até porque
valerá o segredo justiça para as peças iniciais e os primeiros passos
processuais, mas, como em casos semelhantes, os vazamentos continuarão indo muito
bem, obrigado.
O
conteúdo principal dessa nova operação fundamenta-se nas delações premiadas
colhidas recentemente, sabendo-se que a movimentação na Praça dos Três
Poderes a partir de segunda-feira
ganhará ritmo mais intenso. Parece óbvio
que na semana do carnaval os trabalhos arrefecerão, mas nem tanto. Alguns
ministros da mais alta corte nacional de justiça já se encontram em Brasília, o
procurador geral comparece todos os dias ao seu gabinete e a Polícia Federal,
de resto, jamais interrompeu suas atividades.
Tem-se
a informação de que já se movimentam com seus advogados os parlamentares objeto
das apurações, empenhados em dissecar as acusações. Não todos, mas muitos,
parecem próximos da beira de um ataque de nervos, mesmo pretendendo não passar
recibo. Não há necessidade de
fulanizá-los, seus nomes tem frequentado o noticiário das delações.
Em
suma, este segundo semestre promete, não obstante os recursos e artifícios
postos à disposição de Suas Excelências por força da lei. Mas que a temperatura
vai subir, é evidente. Além do Congresso, há preocupação, também, no palácio do
Planalto, na medida em que muitos dos implicados formam na base do governo e
até foram ministros do Lula e de Dilma. Madame mostra-se tranquila, o
antecessor um pouco menos.
(Carlos Chagas)
Domingo,
24 de janeiro, 2016
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