Vassil Oliveira =
Dona Iris, como a deputada é conhecida em Goiás, começa a agir na CPI mista do Cachoeira; ela quer que o Coaf investigue possível existência de contas do governador Marconi Perillo fora do Brasil; rivalidade entre os dois é antiga e vai longe
A deputada federal Iris de Araújo (PMDB) já
está em ação como integrante da CPI mista do Cachoeira. E o primeiro alvo é o
governador Marconi Perillo (PSDB), velho adversário. Segundo informação do
colunista Lauro Jardim, da Veja, ela solicitou requerimento para solicitar ao
ministro da Fazenda,Guido Mantega, que coloque o Coaf para investigar a
existência de possíveis contas bancárias do governador no exterior. Diz ainda a
nota: “O pedido de Iris também inclui Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres.
A deputada goiana faz o mesmo pedido a Alexandre Tombini no Banco Central.”
Para entender a rivalidade entre o casal Iris
e Marconi é preciso atentar para alguns fatos.
Antes de ser candidato a governador, em 1998,
Marconi tentou ser vice de Iris, na época um mito tido como invencível. Não
conseguiu. Acabou, por obra do destino – uma oposição unida em busca de alguém
disposto a ser candidato –, como nome escolhido para enfrentar o peemedebista.
Na campanha,focou seu discurso na crítica dura ao PMDB e a Iris, e deu vida ao
que foi considerado o mote vencedor: a familiocracia.
Vencida a eleição, Marconi manteve o tom duro
contra Iris. Em nome da moralidade, elegeu Iris como seu antagonista. E veio um
episódio pessoal que consolidou os sentimentos.
O suplente de senador Otoniel Machado,
responsável pela coordenação da campanha da coligação Goiás Rumo ao Futuro e
irmão de Iris, foi preso no início de 1999 como o principal envolvido no desvio
de 7,45 milhões da extinta Caixa Econômica de Goiás (Caixego). A decretação de
sua prisão foi assinado pelo juiz federal Alderico Rocha dos Santos, da 5ª Vara
da Justiça Federal.
Primeiro, Otoniel foi informado apenas que
deveria prestar depoimento ao Ministério Público Federal. Quando ouviu que
estava preso, passou mal e teve de ser internado às pressas no Instituto
Neurológico, no Setor Bueno. Diagnóstico: crise de hipertensão. Ali o suplente
de senador passou o final de semana, sempre vigiado por um forte aparato da
Polícia Federal. E ali começou um calvário que resultaria em uma saúde
debilitada indefinidamente.
De lá para cá, Iris e Marconi passaram a
significar embate, disputa, guerra eleitoral – para se dizer o mínimo. Iris,
depois daquela derrota, foi ao fundo do poço. Perdeu uma eleição para o Senado
e viu seu PMDB, com Maguito Vilela, ser derrotado de novo pelo tucano em 2002.
Desde então os peemedebistas claudicam. Um partido que era símbolo de força, e
que ficou 16anos no poder, passou a andar sem rumo.
A recuperação de Iris veio com a vitória para
a Prefeitura de Goiânia, em 2004. Ele derrotou o PT e o candidato de Marconi,
Sandes Júnior(PP). E então se aliou ao PT, para novamente derrotar o candidato
do governo, de novo Sandes Júnior, em 2008. Aí renunciou ao mandato para disputar
o governo contra mais uma vez Marconi. Foi derrotado.
Os últimos acontecimento, portanto, mexem com
Goiás em vários sentidos. Um deles é porque coloca mais uma vez frente a frente
os Iris e Marconi. O desgaste do tucano, as denúncias contra ele, soam como
música aos ouvidos da família irista. E a presença de Iris de Araújo na CPI é
sinal de vingança no ar. Iris, o marido, tem convivido em tom ameno com Marconi
– vez ou outra, o tom sobe, mas no geral estão sempre para pegar um na mão do
outro. Já dona Iris, esta não esconde o que sente de Marconi. E não é
compaixão.
Quinta- feira 26/4/2012
às 18:14h
Postada pelo Editor
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