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Com o julgamento do
mensalão pelo Supremo a caminho, os petistas lançam uma desesperada ofensiva
para tentar desviar a atenção dos crimes cometidos por eles no que foi o maior
escândalo de corrupção da história brasileira
Josef
Stalin, o ditador soviético ídolo de muitos petistas, considerava as ideias
mais perigosas do que as armas e, por isso, suprimiu-as, matando quem teimava
em manifestá-las.
O PT até que tenta se arejar, exercitar certo pluralismo,
mostrar respeito às leis e conduzir as instituições do país que ele governa não
como propriedade particular do partido, mas reconhecendo-as como conquistas da
sociedade brasileira.
Mas basta uma contrariedade maior para que o espírito de
papai Stalin baixe e rasgue a fantasia democrática dos petistas parcialmente
convertidos ao convívio civilizado.
A contrariedade de agora é a proximidade do
julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da maior lambança promovida
pelos petistas com dinheiro sujo, que produziu o escândalo entronizado no topo
do panteão da corrupção oficial brasileira com o nome de mensalão.
Sussurre
esse nome aos ouvidos de um petista nos dias que correm e ele vai reagir como
se uma buzina de ar comprimido tivesse sido acionada a centímetros de seus
tímpanos. A palavra de ordem emanada do comitê central sairá automaticamente:
"Isso é invenção da oposição e da imprensa!".
Como formigas guiadas por
feromônios, os militantes de todos os escalões, de ministros de estado aos mais
deploráveis capangas pagos com dinheiro público na internet, vão repetir
disciplinadamente o mantra de que o mensalão "foi uma farsa".
Ele vai
ser martelado sobre os cinco sentidos dos brasileiros na tentativa de apagar os
crimes cometidos pelos petistas e, seguindo a cartilha stalinista, fazer valer
as versões sobre os fatos, transmutar culpados em inocentes e, claro, apontar
bodes expiatórios como responsáveis pelas próprias misérias morais que eles
infligiram ao país, a si próprios e a sua reputação, firmada quando na
oposição, de paladinos da ética.
Esse processo perverso de reescrever a
história está em curso em Brasília, em pleno século XXI. Sua mais recente
iniciativa é a iminente instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) mista do Congresso Nacional, a primeira do governo Dilma Rousseff.
O
objetivo declarado — e desejável — da CPI é elucidar os limites da atuação no
mundo oficial do contraventor Carlos Cachoeira, que explorava o bingo ilegal em
Goiás e se encontra trancafiado em presídio de alta segurança.
Acusado de receber
dinheiro para defender os interesses do contraventor no governo e no
Legislativo, o senador Demóstenes Torres, do DEM, está a caminho de perder o
mandato. Razões para uma investigação republicana, portanto, não faltam. O
problema está nos objetivos subalternos da CPI, que os petistas e seus aliados
mal conseguem esconder nas conversas: criar um fato novo e, assim, desviar o
foco da atenção da opinião pública do julgamento do mensalão.
Eles esperam que
as investigações produzam imagens que ajudem a demonstrar a tese central do
presidente Lula sobre o mensalão, a de que o PT fez apenas o que todo partido
político sempre fez.
Esperam também criminalizar jornalistas para quem Carlos
Cachoeira serviu de fonte sobre o que ia nos subterrâneos da corrupção no mundo
oficial em Brasília, terreno que ele frequentava com especial desenvoltura.
Sábado. 14/4/2012 ás 8:05
Postado pelo Editor
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