Notícia
publicada pelo site Congresso em Foco revela grampos da Operação Monte Carlo em
que o contraventor Carlinhos Cachoeira se gaba de parceria com o governador
Marconi Perillo (PSDB-GO) pelo lobby por loterias estaduais em três estados;
Cerco ocorreu sobre Sinval Barbosa (PMDB), Beto Richa (PSDB) e Raimundo Colombo
(PSD); e deu certo!
Embalou. Reportagem postada pelo site
Congresso em Foco (http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/cachoeira-buscou-governadores-eleitos-de-mt-sc-e-pr/)
na manhã desta sexta-feira 20 apontou a abordagem em dupla feita pelo
contraventor Carlinhos Cachoeira e o governador de Goiás, Marconi Perillo,
sobre os governadores do Mato Grosso, Sinval Barbosa (PMDB), de Santa Catarina,
Raimundo Colombo (PSD), e Beto Richa (PSDB) e do Paraná, pela abertura de
loterias estaduais.
A Operação Monte Carlo interceptou telefonemas e e-mails
que revelam Cachoeira dividindo a informação de que Perillo teria evitado a
extinção de uma empresa estatal de loterias em Santa Catarina. Em Goiás, o
governo estadual mantém a sua própria loteria.
As revelações ampliam o leque de apuração da
CPI do Cachoeira, além de confirmar os estreitos vínculos entre o contraventor
e o governador tucano.
Abaixo, íntegra da notícia publicada pelo
site Congesso em Foco:
Cachoeira buscou governadores de MT, SC e PR
Emails e telefonemas mostram movimentação do
bicheiro e de seus aliados para manter o jogo nos três estados. Em Santa
Catarina, ele diz ter tido a ajuda do governador de Goiás, Marconi Perillo.
Todos negam relação com o contraventor
Em conversa gravada pela PF, Cachoeira diz
que Perillo teria intercedido para Raimundo Colombo manter loteria em Santa
Catarina
Na tentativa de emplacar prestação de
serviços de loterias estaduais, o grupo do empresário de jogos de azar
Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, buscou contato com os
governadores recém-eleitos de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB); de Santa
Catarina, Raimundo Colombo (PSD e ex-DEM), e do Paraná, Beto Richa (PSDB).
Segundo telefonemas de Cachoeira interceptados pela Polícia Federal, o
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ajudou a evitar a extinção de uma
estatal que controla loterias em Santa Catarina.
Perillo nega e os demais
governadores dizem que não negociaram nada com o bicheiro, que é o centro das
investigações da CPI criada na quinta-feira (19/4) no Congresso.
No primeiro turno das eleições de 2010,
Silval é reeleito em Mato Grosso. Beto Richa e Colombo ganham no Paraná e em
Santa Catarina. Dois dias depois, em 5 de outubro, às 8h39, o ex-cunhado de
Cachoeira, Adriano Aprígio de Souza, envia email ao argentino Roberto Coppola,
consultor em jogos de azar.
Ele comemora o resultado as urnas e pergunta como
estão os contatos com os futuros governantes sobre as loterias estaduais.
Questiona como teria sido a reunião de Coppola com Richa: “Roberto, viu o
resultado no Mato Grosso? Foi reeleito o governador.
E como ficou Santa
Catarina agora? Paraná aquele encontro com foi bom (sic) com o governador
eleito?”
Em resposta, às 18h52, o argentino Roberto
Coppola mistura português com espanhol para dizer que o grupo vai conseguir ver
implantada a loteria no Mato Grosso e em Santa Catarina.
Afirma ainda que se
reuniu com Colombo e com Richa. No primeiro, o resultado teria sido “bom”,
segundo ele porque o coordenador da campanha de Colombo é que seria designado
para dirigir a loteria. Mas com Richa, porém, o problema era que seu
antecessor, o hoje senador Roberto Requião (PMDB), extinguira a loteria
estadual.
“Em Santa Catarina también foi bon con
Colombo porque o presidente da loteria era o jefe da campanha de Colombo. Em
Paraná, fale com Beto Richa, o problema é que Requion por ler fecho a loteria e
va a demorar, porque tein que facer uma nova lei. Esse filho da puta do Requion
hasta que foi embora, incho o saco”, diz Copolla, no portunhol que usou no
email.
Em 9 março de 2011, o governador de Goiás,
Marconi Perillo, encontrou-se com Colombo em Santa Catarina. Oficialmente, foi
uma visita “de cortesia”, segundo assessores do catarinense, ou, segundo
comunicado do governo goiano, uma reunião para falar sobre “parcerias
público-privadas”, com a participação inclusive do ex-presidente da companhia
de energia de Goiás Ênio Branco, que hoje é secretário de Comunicação de
Colombo. Mas, em diálogo de 10 de março, Cachoeira diz a um interlocutor não
identificado pela Polícia Federal que Perillo, na verdade, foi convencer
Colombo a não fechar a Companhia de Desenvolvimento de Santa Catarina, a
Codesc, que administra a loteria inativa do estado.
“Inclusive tava com o governador de Goiás e
levou o governador de Goiás pra falar com o governador de Santa Catarina”,
explica Cachoeira, em telefonema grampeado às 15h41.
Na conversa com o
bicheiro, o interlocutor diz estar preocupado com a possibilidade de extinção
da Codesc e, consequentemente, do negócio do jogo no sul do país. “Se acabar
com a Codesc, acaba com a loteria”, alerta o homem não identificado. Essa mesma
pessoa diz que Ênio Branco “estava tratando de tudo”.
A assessoria de imprensa de Colombo e de
Branco afirma que a reunião teve mais de dez pessoas presentes e não tratou de
jogo. Branco, porém, admite ter sido procurado por pessoas – das quais não se
lembra – interessadas na manutenção da Codesc, a empresa que controlava o jogo
no estado, mas não levou a questão adiante porque Colombo era contra o jogo.
Perillo rejeitou qualquer reunião para
favorecer os negócios de Cachoeira. “Nunca conversei sobre legalização do jogo
com quem quer que seja”, disse ele ontem (19), em nota ao Congresso em Foco.
“Não gosto de jogos, exceto os de natureza esportiva, e procuro sempre
desestimular quem joga.”
A assessoria de Colombo afirmou ao site que
não existe possibilidade de as loterias voltarem a funcionar no estado.
Entretanto, o presidente da Codesc disse, numa entrevista ao jornal Diário
Catarinense, que há uma comissão que estuda o assunto. Procurado pela
reportagem, Ximenes não retornou os pedidos de entrevista feitos ontem.
Sexta – feira 20/04/2012
– 21:05h
Postado pelo Editor
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