Agência Estado =
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante,
pediu, neste domingo (1/4), a renúncia imediata do senador Demóstenes Torres
(DEM), investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em
esquema de exploração ilegal de jogos de azar em Goiás. Para Cavalcante,
Demóstenes vive uma situação "mortal" para um político e não tem
outra saída a não ser a imediata renúncia ao mandato, considerada por ele uma
"atitude moral"
Demóstenes foi flagrado em negociações com o contraventor Carlos
Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O senador recebeu um ultimato
do DEM e deve ser expulso do partido até a próxima terça-feira. Neste final de
semana, Demóstenes tem se reunido com assessores. Até ontem à noite, não aceitava
sequer a hipótese de renunciar.
"É uma medida extrema, pessoal, mas o teor das conversas
telefônicas mantidas com o empresário Carlos Ramos, divulgadas pela imprensa,
evidenciam uma situação mortal para qualquer político", disse Ophir
Cavalcante ao jornal O Estado de S. Paulo. "A gravidade das denúncias por
si só recomendam uma atitude moral. Continuar no cargo significa expor-se cada
vez mais e ao seu partido", acrescentou o presidente da OAB.
Ao cobrar uma solução rápida para o desgaste que o envolvimento de
Demóstenes com corrupção expõe o Congresso Nacional, Ophir Cavalcante insistiu
em que a renúncia ao mandato não impedirá a defesa de Demóstenes Torres, e
caberá à Justiça decidir sobre sua inocência ou não.
No ano passado, Demóstenes escreveu o prefácio de um livro lançado pelo
presidente da OAB sobre a lei da Ficha Limpa. O senador, que foi relator do
projeto de lei, destacou que a sociedade brasileira "não admite que os
destinos da nação possam ser geridos por representantes que não possuem conduta
adequada à dignidade das relevantes funções públicas".
Procurador de Justiça licenciado e senador há nove anos, Demóstenes
começou a cair em desgraça em fevereiro, pela Operação Monte Carlo, da Polícia
Federal, que apura esquema de exploração ilegal de jogos de azar em Goiás.
Carlinhos Cachoeira está preso desde o dia 29 de fevereiro. Outros seis
parlamentares estão envolvidos em negociações com o contraventor.
Domingo 1/4/2012 ás 16:25h
Postado pelo Editor
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