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Reação do governador Marconi Perillo chega à Assembleia; sua base vai instalar CPI apresentada por seu líder, Helder Valin (centro); é a mesma comissão que a oposição não deu conta de aprovar; ela será controlada por seus aliados e vai investigar também seus adversários no Estado
Sob pressão nos últimos dias em virtude de
fatos e gravações que mostram a influência de Carlinhos Cachoeira em sua
administração, o governador Marconi Perillo resolveu reagir em várias frentes.
Em uma delas, pretende realizar em Goiânia um grande ato para pressionar o
Supremo Tribunal Federal (STF) a votar o mensalão.
Em outra, articulou para que
sua base de apoio na Assembleia Legislativa aprovasse nesta terça a CPI do
Cachoeira, o que a oposição ao seu governo tentou e não conseguiu – faltava uma
assinatura.
A CPI vai investigar as ligações perigosas do
governo tucano, mas terá amplo controle dos governistas. Vai também, com ampla
minoria dos oposicionistas, passar a limpo contratos da construtora Delta com
prefeituras do PT (Goiânia e Anápolis) e do PMDB (Aparecida de Goiânia e
Catalão).
Foi uma manobra rápida. O líder do governo,
Helder Valin (PSDB), apresentou o seu requerimento. Conseguiu 16 assinaturas, o
suficiente, e todas de governistas. A oposição bem que tentou assinar. Nada. Da
Tribuna, o deputado Paulo Cezar Martins (PMDB) chegou a reclamar que os
parlamentares oposicionistas foram ignorados.
"Líder Valin, deixe-me assinar o pedido
de CPI da base. O da oposição falta apenas uma assinatura, mas a base do
Governo não nos permitiu assinar o requerimento”, implorou Martins. “Por favor,
nos deixe assinar o documento. Não sou apreciador de CPI, mas é o instrumento
que a Casa tem para apurar os indícios apresentados pela imprensa e pela
Polícia Federal", insistiu. Em vão (leia mais
aqui).
Ainda assim, e em tom de ironia, o deputado
Luis Cesar Bueno (PT), autor do pedido da outra CPI, comemorou: "Fico
feliz que os deputados da base do Governo tenham colocado a cabeça fora da
toca. Creio que os jovens não teriam ido às ruas pedir a saída do Governador”
(ele fala da manifestação de sábado, o FORAMARCONI)) se os deputados tivessem
vindo antes ao debate.
A imagem que prevalece hoje é a de cumplicidade das
autoridades constituintes com o crime organizado. A população de Goiás tem
pagado caro por essa relação", disse o petista.
Helder Valin argumentou que o documento
ficará na Mesa Diretora e poderá receber novas adesões, e garantiu que a CPI
nem é da oposição, nem da situação. "Essa é uma comissão da Casa, que será
integrada por deputados de todos os partidos, sendo respeitada a
proporcionalidade. O bom andamento dos trabalhos vai depender da contribuição
de todos", insistiu.
Pela proporcionalidade, o governo terá os
principais postos da comissão, como a presidência e a relatoria. Ao site da
Assembleia, Valin afirmou que, tão logo os partidos indicarem os cinco
membros da CPI, será marcada a primeira reunião.
Terça – feira 17/4/2012
às 22:30h
Postado pelo Editor
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