Adriano Ceolin=
A presidenta interina do Congresso, Rose de Freitas, deu prazo até a próxima terça para os partidos indicarem os membros da CPI
O Congresso Nacional criou na manhã desta
quinta-feira (19) a CPI mista que vai investigar os braços político e
empresarial do esquema de contravenção do empresário de jogos Carlos Algusto
Ramos, (carlinhos Cachoeira), preso desde fevereiro.
Após a leitura do requerimento, assinado por
deputados e senadores, a presidenta interina do Congresso, deputada Rose de
Freitas (PMDB-ES), deu prazo até o próximo dia 24 (terça-feira) para os
partidos indicarem os nomes dos membros da comissão e convocou sessão no mesmo
dia, às 19h30, para que a CPI seja instalada. O documento teve apoio de 337
deputados (de um total de 513) e de 72 senadores (de um total de 81).
Durante
sessão, Congresso cria CPI para investigar negociatas de Carlinhos Cachoeira
Rose assumiu o cargo devido à licença médica do presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP) e é a primeira mulher a presidir o congresso.
O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), resume em uma frase
curta o atual momento: “CPI não é boa para ninguém.” Formalmente, a CPI é
criada com a leitura do requerimento assinado por deputados e senadores.
Apesar de ser tradicionalmente um instrumento de oposição para investir no Poder Executivo, a CPMI do Cachoeira nasceu, em princípio, com o apoio de setores do governo. Na última semana, porém, houve uma discussão no Palácio do Planalto para abortá-la.
Apesar de ser tradicionalmente um instrumento de oposição para investir no Poder Executivo, a CPMI do Cachoeira nasceu, em princípio, com o apoio de setores do governo. Na última semana, porém, houve uma discussão no Palácio do Planalto para abortá-la.
O governo teme perder o controle das investigações. Isso porque um dos
alvos das apurações será a Delta Engenharia, empresa que detém a maior parte
das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O governo teme também que o PMDB, dono da
maior bancada do Senado e da segunda maior na Câmara, use a CPI para negociar
cargos, emendas e outros pedidos.
A presidenta Dilma Rousseff não gostou da
criação da CPI. Ela estava fora do País quando integrantes do PT e do
Ministério bateram o martelo a favor da comissão. O presidente nacional do PT,
Rui Falcão, chegou a dizer que a CPI mostraria “a farsa do mensalão”.
Setores do PT acreditam que a CPI poderá
revelar que Cachoeira comandava um esquema de arapongagem que teria “fabricado”
escândalos. É creditado ao grupo de Cachoeira a autoria do vídeo em que o
dirigente dos Correios recebe propina, caso que detonou “o mensalão”.
Apesar de apoiar a CPMI desde o início das
discussões sobre o assunto, a oposição não se encontra numa situação
confortável. Então líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO) é apontado
como uma espécie de lobista de Cachoeira no Congresso.
Em gravações feitas pela Polícia Federal com
autorização judicial, Demóstenes aparece conversando com Cachoeira sobre
projeto de interesse do bicheiro. A revelação fez com que ele fosse pressionado
a deixar o DEM. Foi aberto um processo de quebra de decoro contra ele.
Outro partido de oposição, o PSDB também
enfrenta problema. O governador de Goiás, Marconi Perillo, é suspeito de nomear
pessoas indicadas por Cachoeira na sua administração. Além disso, o deputado
tucano Carlos Leréia (GO) também aparece em gravações suspeitas.
Quinta – feira
19/4/2012 - 13:20h
Postado pela Redação
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