Claudio Lamachia=
"Ao longo dos últimos anos, a sociedade brasileira vem travando
verdadeiras batalhas para garantir o resguardo da ética. Mobilizações, atos
públicos, abaixo-assinados e, até mesmo, projetos de lei demonstram de forma
contundente a inquietude e o inconformismo com os maus exemplos dados por
alguns homens públicos brasileiros.
A Lei da Ficha Limpa, cuja constitucionalidade foi recentemente
confirmada pelo Supremo Tribunal Federal - e que valerá para as eleições de
2012 -, é um belo exemplo de como a força conjunta da sociedade e da opinião
pública pode ajudar na depuração de um sistema político que vem sendo corroído
pela corrupção e pela impunidade.
Uma vitória, sem dúvida, mas é preciso agora que os efeitos da lei
sejam estendidos a todos os cargos em comissão - os chamados CCs - junto aos
poderes Executivo e Legislativo em todas as esferas, assim como seus
respectivos órgãos, inclusive secretários de município, de Estado, ministros e
presidentes de entidades da administração autárquica e fundacional.
O povo encontrou uma saída para impedir o acesso de oportunistas à vida
pública brasileira. No entanto, esta é uma conquista parcial. É preciso que o
cidadão, que todos nós, sem distinções, façamos, de uma vez por todas, o
"dever de casa", acompanhando de perto as ações dos nossos escolhidos.
Uma sociedade ética, justa e igualitária tem como premissa a
participação vigilante daqueles que a integram. Não preciso aqui destacar o
quanto o país se enfraqueceu, ao sofrer, no decorrer dos anos, uma sequência
desmedida de impunidades. Pagamos um preço muito alto por isso.
Um exemplo é a ineficiência do Estado na oferta de direitos básicos ao
cidadão, como segurança, saúde, educação e até justiça. Ficha Limpa é apenas um
atestado de antecedentes, não de honestidade, comprometimento com a ética ou
mesmo com o bem comum.
O eleitor deve cobrar de seus eleitos - todos eles - uma gestão pública
condizente com a alta carga de tributos que se paga e exigir uma gestão
eficiente das verbas, controle rigoroso dos gastos públicos, transparência,
punição para a malversação do erário, além de coerência e compromisso com as
famosas promessas de campanha.
É preciso governar mais para o povo e pelo futuro, e menos pelos
partidos, pelos cargos e aliados de ocasião."
Quinta – feira 19/4/2012 ás
22:45h
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