Terra =
A CPI do Cachoeira ainda nem começou, mas a
guerra, já. Com batalhas políticas. E batalhas midiáticas, que serão ferozes.
Vamos a algumas previsões, já que a mãe Dinah previu o Corinthians campeão.
Esse, um exercício de futurologia baseado no que já vaza ou está embutido nas
manchetes: a empreiteira Delta dará tanto ibope quanto a novela das 9 e a final
da Taça Libertadores. Vai se ouvir falar muito em Cabral.
Mas não o Pedro
Alvarez, o Sérgio, governador do Rio, do PMDB. Outros governadores entrarão
na dança. O baile, como estamos vendo, já foi aberto por Marconi Perillo, do
PSDB de Goiás.
Ao final da CPI, a oposição, insatisfeita com
o rumo das apurações, fará um relatório em separado. Esse relatório terá tanto
destaque na mídia, ou até mais, do que o relatório oficial. A CPI vazará
documentos ilegalmente.
Quem não obtiver e não publicar os documentos vazados
ilegalmente fará duras críticas aos vazamentos.
Em alguns momentos será intensa a troca de
acusações entre partidos da oposição e partidos aliados ao governo.
As
acusações serão muitas e muito graves. Serão tantas que, em vários episódios,
as amigas e os amigos ai em casa não conseguirão entender direito quem recebeu
e quem pagou. E quem pegou o quê e de quem.
Uma pequena memória, uma ajuda para
lembrarmos personagens e temas que ressurgirão: Fernando Collor, ex-Presidente
da República que renunciou para não ser derrubado por um impeachment. Atual
senador, indicado para a CPI pelo PTB. Anotem: Collor irá com muuuuita sede ao
pote. Terá a chance da desforra. E, de voltar para a 1ª Divisão.
Renan Calheiros, senador, do PMDB. Renan
renunciou à presidência do senado para não ser cassado num escândalo. Renan não
fará barulho. Mas será implacável.
ACM Neto, líder do Dem. Fará muito barulho.
Sem citar, claro, o mensalão do DEM – aquele com o governador Arruda de
Brasília – e sem citar também a Cachoeira do Demóstenes, fonte dessa CPI.
A oposição, com grande reverberação na mídia,
citará o mensalão do PT diariamente. Mensalão que entrará em cartaz em
julgamento no Supremo Tribunal Federal. A oposição, é possível prever, lembrará
ainda que 10 ministros do governo Dilma caíram por malfeitos.
Os governistas, por seu lado, puxarão o
passivo tucano: o caso Sivam, de US$ 1,4 bilhão, no começo do governo Fernando
Henrique Cardoso; a compra de votos para reeleição de FHC; os Grampos do BNDES,
aquele escândalo na privatização do Sistema Telebras -um meganegócio de R$ 22
bilhões que derrubou um ministro e o presidente do BNDES e que, depois, agora
no final do ano, terminou dando em um livro. Escândalos esses que abalaram o
governo de então, mas não tiveram CPIs.
Na apuração do chamado mensalão a
investigação foi profunda, mas apenas vertical. Nunca foi horizontal. Por isso,
permitiu o surgimento de heróis como Demóstenes, Efraim de Morais, e outros
ainda menores.
A CPI do Cachoeira é enorme chance para uma investigação
horizontal. Geral. Que pegue todo mundo. Chance, como se diz, de "Passar o
Brasil a Limpo".
Ou, de se seguir fazendo de conta que a
corrupção frequenta apenas o partido do outro.
No Link abaixo, comentário no Jornal Gazeta:
Segunda - feira.23/4/2012 ás 00:55
Postado pelo Editor
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