Por Ana Flor =
Ministros e líderes aliados
trabalham para blindar o governo dos reflexos da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) que vai apurar no Congresso o envolvimento de agentes públicos
com o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira,
acusado de comandar uma rede de jogos ilegais.
Deputados e senadores chegaram a um acordo nesta quinta-feira (12/4) em torno
do texto para a abertura da CPI mista, que será controlada pelo PT e pelo PMDB,
os dois principais partidos da coalizão que comanda o governo federal.
O esforço governista é para focar o trabalho da CPI, que toma como base
duas operações da Polícia Federal, nas relações do senador Demóstenes Torres
(sem partido-GO) com Cachoeira e desqualificar indícios que possam atingir o
governo -como o envolvimento da construtora Delta, que mais recebeu recursos do
governo federal nos últimos anos, com o empresário.
Nesta quinta, a ministra Miriam Belchior, responsável pelo Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), afirmou a jornalistas que o governo irá
investigar acusações contra a Delta. "Qualquer irregularidade terá que ser
corrigida, como a gente sempre faz", disse.
Defendida pelo PT, a CPI já atinge o governador petista do Distrito
Federal, Agnelo Queiroz. O presidente do PT, Rui Falcão, disse que não há
elementos concretos da participação de Agnelo e que a base da CPI são gravações
que "têm como centro uma única pessoa, chama-se senador Demóstenes
Torres".
Falcão desmentiu que tentou, em vídeo divulgado pelo PT na
quarta-feira, ligar a CPI aos adversários políticos que atacaram o PT no caso
do mensalão. Na gravação, entretanto, ele afirma que as bancadas do PT no
Congresso defendem "uma CPI para apurar este escândalo dos autores da
farsa do mensalão".
A fala irritou o Planalto, de acordo com um assessor que falou sob condição de anonimato. Dentro do PT, a fala também foi
vista com estranheza, já que o discurso dos parlamentares do partido, em
especial senadores, era de que a CPI contrariava a imagem de corporativismo do
Senado.
Em um argumento comum entre governistas e oposição, o presidente da
Câmara, Marco Maia, sugeriu avaliar a CPI "a partir de um outro
viés".
Quinta-feira,
12/4/2012 ás 20:10h
Postado pelo
Editor
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