BRT
Segundo
nota do comando petista, após revelação do envolvimento de Policarpo Júnior (ao
centro), da Veja, na organização criminosa da dupla Cachoeira-Demóstenes, há
motivos de sobra para voltar a cobrar a fixação de um marco regulatório para os
meios de comunicação.
O PT quer usar o envolvimento da Veja com o
Carlinhos Cachoeira como pretexto para voltar a cobrar a fixação de um marco
regulatório para os meios de comunicação.
Desde o início da Operação Monte
Carlo, que prendeu o bicheiro, surgiram diversas evidências de uma longa e
estreita parceria editorial entre a revista da Abril e o contraventor, por meio
do diretor da sucursal brasiliense da revista, Policarpo Júnior.
"Agora
mesmo, ficou evidente a associação de um setor da mídia com a organização
criminosa da dupla Cachoeira-Demóstenes, a comprovar a urgência de uma regulação
que, preservada a liberdade de imprensa e livre expressão de pensamento, amplie
o direito social à informação", diz a nota redigida pelo comando petista.
Leia na matéria da Folha:
O PT vai usar a instalação da CPI do
Cachoeira para voltar a investir contra a mídia. A disposição está expressa em
documento divulgado ontem pela cúpula do partido.
Redigido pelo comando petista, o texto cita a
investigação do esquema de Carlos Cachoeira, acusado de exploração do jogo
ilegal, a pretexto de voltar a cobrar a fixação de um marco regulatório para os
meios de comunicação.
"Agora mesmo, ficou evidente a
associação de um setor da mídia com a organização criminosa da dupla
Cachoeira-Demóstenes, a comprovar a urgência de uma regulação que, preservada a
liberdade de imprensa e livre expressão de pensamento, amplie o direito social
à informação", diz a nota.
Mesmo sem dar nomes, o alvo primário do PT é
a revista "Veja". Em grampos já divulgados do caso, um jornalista da
publicação tem o nome citado por membros do grupo do empresário.
A revista já publicou texto informando que
Cachoeira era fonte de jornalistas, inclusive do chefe da sucursal de Brasília,
Policarpo Júnior, e que não há impropriedades éticas nas conversas.
Integrantes da Executiva do PT e
congressistas do partido defendiam que a "Veja" fosse investigada na
CPI.
O cálculo político petista inclui o
raciocínio segundo o qual o bombardeio sobre mídia e oposição poderá concorrer
na opinião pública com o julgamento do mensalão -o esquema de compra de apoio
político ao governo Lula descoberto em 2005, que deve ser apreciado pelo
Supremo Tribunal Federal neste ano.
O próprio presidente petista, Rui Falcão,
falou que a CPI deve investigar "os autores da farsa do mensalão".
Há a intenção de questionar reportagens sobre
o mensalão usadas como prova judicial. A estratégia é tentar comparar a
produção de reportagens investigativas, que naturalmente envolvem contato de
jornalistas com fontes de informação de várias matizes, a práticas criminosas.
Para tanto, segundo a Folha apurou, réus do
mensalão como o ex-ministro José Dirceu instruíram advogados a buscar menções à
revista e à mídia nas apurações da PF sobre o caso Cachoeira. Dirceu vai a
evento no final de semana sobre regulamentação da mídia em Fortaleza.
O movimento do PT contrasta com discurso da
presidente Dilma Rousseff. Ontem, em cerimônia do Minha Casa, Minha Vida, ela
defendeu a liberdade de imprensa.
"Somos
um país que convive com a liberdade de imprensa, somos um país que convive com
a multiplicidade de opiniões, somos um país que convive com a crítica."
Sexta – feira 13/4/ 2012
às 07:18
Postado pelo Editor
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