Lênia Soares =
Manifestantes
do FORAMARCONI dão abraço simbólico na Praça Cívica, onde fica a sede do
governo. O protesto vai continuar, garantem os organizadores
Mais de dois mil goianos, em sua maioria
jovens, saíram às ruas em protesto contra a administração do governador Marconi
Perillo (PSDB).
A concentração se deu no entorno da Praça Cívica e seguiu pelas
avenidas Goiás, Araguaia e ruas paralelas no Centro de Goiânia, voltando depois
à Praça Cívica, onde fica o Palácio das Esmeraldas, sede do governo.
Os
manifestantes deram um abraço simbólico no anel interno da praça. Ao som de
“Que Pais É Esse’, os jovens gritaram frases de protesto e empunharam cartazes
e faixas endereçadas ao governador.
A mobilização teve início no mundo virtual,
em especial no Facebook, e se tornou uma demonstração clara de que é possível
até segurar o conteúdo de veículos tradicionais, mas não a internet.
O FORAMARCONI, segundo os organizadores, foi
estimulado pelo que definem como “descaso” e “falta de honestidade na
administração estadual”. “Nas últimas semanas, fomos destaque nacional pela
quantidade de corruptos que comandam nosso Estado. Goiás está a serviço do
crime organizado, e não podemos aceitar o silêncio diante de tamanho
descompromisso”, desabafou o estudante Artur Borges, da equipe organizadora.
A previsão era de que a reunião dos
manifestantes se desse no espaço interno da Praça Cívica, mas todos foram
surpreendidos com a ocupação da área pela equipe estadual do Corpo de
Bombeiros.
A falta de espaço, porém, foi compensada pelo barulho estrondoso que
a turma propagou, com palavras de ordem como “Marconi, bicheiro, devolve meu
dinheiro”, “Marconi é ditador e não governador”, “Fora Marconi”, “Volta Kajuru”,
“Fora Thiago Peixoto”.
A expectativa é de que o movimento não se
encerre nesse ato. “Não vamos parar enquanto o governador não renunciar ao
cargo. Não queremos este ditador, que estimula e prática à censura na
administração do nosso Estado. Se o povo errou no voto, estamos remediando e
tentando recuperar”, argumenta Alexandre Moraes, também da organização.
Políticos foram afastados da manifestação, de
forma a fazer com que tudo fosse marcado pela participação popular natural e
voluntária.
Durante e depois do evento, partidários do
governo foram para as redes para tentar minimizar o movimento. Um dos
assessores do governador pontuou que havia cerca de 500 pessoas. As fotos
mostram outra realidade.
O mais sintomático, no entanto, é que de fato foi algo
que passou ao largo da vontade ou da articulação da oposição no Estado, hoje na
prática desmobilizada e desacreditada. Uma manifestação natural que ganhou as
ruas, fora do controle da informação e da opinião estatal.
Até o meio da tarde, o governo não havia se
posicionado sobre o movimento, mas a informação era de que isso seria feito
ainda durante o dia.
Desde 98
A primeira eleição de Marconi Perillo para o
governo goiano se deu em 1998, após um mandato de deputado federal. Ele ficou
no cargo até março de 2006, quando se licenciou para concorrer ao Senado por
Goiás. Eleito, Marconi tomou posse em 2007 e fez parte da oposição ao governo
Lula, quando se tornou também seu grande desafeto por ter afirmado que avisou o
presidente do mensalão. Em janeiro 2011, o tucano voltou ao governo. Venceu uma
das eleições mais acirradas do Estado. Obteve 52,99% dos votos válidos – ou, em
números absolutos, cerca de um terço dos votos dos goianos.
Sábado. 14 /4/2012 às
15:05
Postado pelo Editor
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