Quando
o ex-presidente Lula mandou que a Justiça “enfiasse o processo dele no cu”,
como mostra a gravação do celular da deputada Jandira Feghali, sabia o que
estava dizendo. Dias depois, ele voltaria ao Palácio do Planalto como
superministro, o mesmo local de onde comandou todos os crimes contra os cofres
públicos. Lá, agora, chega como denunciado em vários crimes: lavagem de
dinheiro, ocultação de patrimônio e formação de quadrilha. Mesmo com todo essa
folha corrida, continua sendo apoiado pelo PMDB, um partido de Maria vai com as
outras, que não consegue encontrar uma saída ética e política para a crise do
país.
Agora,
com a confirmação da delação de Delcídio de que a Dilma esteve à frente das
negociações da refinaria é de se perguntar ao Procurador-geral se não foi
precipitado o veredito que a inocentou. A recondução de Janot ao cargo de
Procurador Geral da República certamente não foi mera coincidência.
É
assim que a coisa funciona na republiqueta das bananas. Lula, no poder, vai
deitar na sopa. Arrotar prepotência diante dos seus vassalos no Congresso
Nacional que tremem de medo de uma provável delação premiada do ex-presidente.
Ora, se o Delcídio, ao abrir o bico, criou esse bafafá todo, imagine uma
confissão de Lula que chefiou – e chefia – durante mais de uma década essa
máfia de políticos e empresários. Não ficaria pedra sobre pedra se tal coisa
acontecesse.
Durante
os últimos anos, o Lula foi ocupando os espaços no governo porque há muito
tempo a Dilma deixou de governar. Prefere os passeios de bicicletas, a
modelagem do corpo; as viagens para o exterior onde se hospeda em hotéis
luxuosos e restaurante requintados ao trabalho de administrar o país para o
qual foi eleita por mais de 50 milhões de pessoas. Dilma traiu todos esses
eleitores que, enganados ou não, votaram nela para presidente. Agora, por
inépcia e incompetência, vê-se prisioneira dentro do Palácio do Planalto que,
na verdade, virou um depósito de futuros presidiários.
Lula
se impôs diante dela. Exigiu um cargo com poderes absolutos. É o mesmo que o
José Dirceu exerceu para corromper os políticos e seus comparsas petistas que
se envolveram no mensalão. Assusta a nação só em pensar que foi desse gabinete
que Dirceu e, depois Dilma, comandaram o maior assalto às empresas públicas do
país, cujos responsáveis estão sendo condenados pelo juiz Sergio Moro. O
ex-presidente escolheu bem o ministério de onde vai comandar novamente a
engrenagem do clientelismo porque é por lá que passam os políticos fisiológicos
em busca de um troquinho para as sua campanhas.
A
valentia de Lula diante do delegado da Polícia Federal era só bravata, como
agora os brasileiros veem. Acuado pelo
juiz Sérgio Moro, ele foi se esconder embaixo da saia da Dilma, uma atitude
covarde, humilhante e desprezível para um homem público. De lá, certamente só
sairá para confabular com seus amigos ministros do STF, de quem ele se
vangloria de tê-los como afilhados. Afinal de contas, espalha, eles só estão no
cargo pela força da sua caneta. Como
também ministro, resguardado pelo foro privilegiado, vai discutir com eles de
igual para igual. Os crimes cometidos, por enquanto, vão dormir na gaveta dos
seus amigos e leais ministros do tribunal.
(Jorge
Oliveira)
Quinta-feira,
17 de março, 2016
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