O
presidente do Sindicato dos Policias Federais no DF, Flávio Werneck, que
conforme a revista Veja levou um dossiê para o ministro da Casa Civil, Jaques
Wagner, contendo informações contra o juiz Sérgio Moro e investigadores da
Operação Lava Jato é ligado ao PDT, partido aliado ao governo da presidente
Dilma Rousseff. O jornal O Estado de S.Paulo apurou que a Coordenação de
Assuntos Internos da Corregedoria da PF deverá instaurar investigação para
apurar sua conduta nesse episódio do dossiê.
Em
2014, Werneck disputou mandato de deputado federal pela legenda, sem sucesso.
Ele já ocupou na gestão do governador Agnelo Queiroz (PT) o cargo de chefe da
diretoria de assuntos estratégicos da corregedoria de saúde. O petista deixou o
governo em 2014 em meio a vários escândalos de corrupção, inclusive na área da
saúde.
Delegados
da PF já identificaram nos seu quadro pessoas com a intenção de produzir
dossiês contra investigadores que atuam na Lava Jato, mas não tinham
conhecimento do episódio envolvendo Werneck que também é vice-presidente da
Federação Nacional dos Policiais Federais, que representa os agentes da PF.
A Associação Nacional dos Delegados da Polícia
Federal (ADPF) irá divulgar nota nesta segunda (7) dando apoio aos trabalhos
dos delegados que atuam na Lava Jato e cobrando explicações de Werneck. "A
entidade que ele dirige não representa os delegados", diz a nota.
À
revista Veja, Werneck justificou que apresentou o caso ao Planalto por se
tratar de uma denúncia grave. "Temos um problema de anacromismo na investigação
que já tem dois anos e vem pegando pontos-chave de empresas e do governo. Isso
afeta diretamente a economia", disse, segundo registrou a revista.
No dossiê, a acusação é de que Moro e os
outros envolvidos na Lava Jato estão a serviço de um grande plano do PSDB para
implodir o PT e o governo.
Segundo
a Veja, o ministro Jaques Wagner disse que encaminharia o dossiê para um
promotor baiano de sua confiança dar sequência ao assunto. Ao jornal O Estado
de S.Paulo, o ministro negou que tivesse recebido qualquer documento.
"Desconheço
e não me interessa conhecer." O jornal O Estado de S.Paulo não conseguiu
localizar Werneck neste domingo(6). Na última semana, Wagner indicou o promotor
Wellington Cesar Lima e Silva para o Ministério da Justiça no lugar de José
Eduardo Cardozo. A nomeação foi cancelada por decisão da Justiça Federal no DF
por ele ser promotor na Bahia.
Por
Estadão Conteúdo | 06/03/2016 17:02
Domingo,
06 de março, 2016
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