A
operação Lava Jato continua produzindo notícias, senão informações. O
Ministério Público Federal, em documento de 89 páginas, acaba de requerer do
juiz Sérgio Moro as medidas cautelares dos pedidos de busca, apreensão e
condução coercitiva do Lula, indicando que os procuradores encarregados do caso
estão convencidos da culpabilidade do ex-presidente no caso. A referência supõe que o primeiro companheiro
está implicado na ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex
do Guarujá. O imóvel teria sido oferecido ao Lula pela empreiteira OAS, com
obras suplementares, inclusive um elevador privativo e móveis de luxo, a preço
de banana podre, dada a situação de ficar encarregada do trabalho, pela
falência da empresa antecessora, da qual ele era sócio.
Em
função dessa versão, da qual o MPF não duvida, divulgou-se que para escapar de ver
seu criador tornar-se réu junto ao Supremo Tribunal Federal, e provavelmente
ser condenado, a presidente Dilma Rousseff chegou a cogitar nomeá-lo ministro,
coisa que garantiria sua blindagem perante a mais alta corte nacional de
Justiça. O Lula rejeitou a proposta, que
envolveria quatro ministérios: Relações Exteriores, Justiça, Defesa e
Comunicações.
Nada
mais absurdo do que uma dessas nomeações, não apenas porque misturaria favores
de dois governos, de Dilma e Lula, mas porque humilharia o ex-presidente,
beneficiando-se de um expediente nada
ético para escapar de responder pelos seus atos quando chefe do governo.
Olhando-se
de fora a monumental crise que assola o país, tem-se a impressão de valer muito
pouco a presença do PT na arte de administrar o país. Companheiros envolvem-se
em trapalhadas sem fim, a ponto de uma presidente da República oferecer ao
sucessor mecanismos capazes de livrá-lo de condenações. E de o Lula não puder
explicar a aquisição de um tríplex em desacordo com suas posses. Isso sem entrar na novela de um sítio que
não foi comprado mas vem sendo usado por ele e sua família sem contrato de
aluguel.
Junte-se
à lambança encenada por ministros, aliados, empresários e parlamentares
integrantes do time do governo e se terá a receita de uma quadrilha agindo faz
tempo à sombra do PT. Por certo existirá gente séria à sombra do palácio do
Planalto, mas quem garantirá a ausência de vigaristas?
O
fim de semana promete embates, acusações e manifestações em torno do
poder. Não seria o caso de preparar suas
substituições?
Carlos
Chagas
Sexta-feira,
11 de março, 2016
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