Grupo
de municípios que representa 30% da população do Estado responde por 49% dos
casos de dengue notificados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
(SES-GO) em 2016. O número foi apresentado, ontem, no balanço da força-tarefa
“Goiás contra o Aedes”, iniciada em dezembro do ano passado. O Entorno do
Distrito Federal e a Região Metropolitana de Goiânia (RMG) são as áreas com
maior concentração de casos da doença este ano.
Apesar
da queda de 35%, a capital registrou esse ano 9.781 notificações de dengue:
quase um terço do total do Estado. Ainda na RMG, Aparecida de Goiânia
contabilizou 2.775 registros e ocupa a terceira posição em casos da doença no
ranking estadual. O município vice-líder em dengue em Goiás é Anápolis (3.477),
logo atrás de Aparecida. As cidades de Rio Verde (2.174) e Luziânia (1.954)
completam a lista dos cinco mais infectados.
O
secretário da SES-GO, Leonardo Vilela, entende que além de concentrarem grande
parte da população de Goiás, particularidades destes municípios contribuem para
situação. “A própria complexidade desses conglomerados urbanos torna difícil a
vistoria de imóvel por imóvel. Agora isso nos mostra a importância de termos
todos os esforços direcionados à Região Metropolitana de Goiânia, ao Entorno do
Distrito Federal, aos maiores municípios goianos para que nós possamos ter
sucesso na eliminação de todos os criadouros do Aedes aegypti”, explica.
O
“Goiás contra o Aedes” visitou em janeiro 1.002.720 imóveis. Quase 30 mil
tinham focos doAedes aegypti, transmissor da dengue, vírus zika e chikungunya.
Em fevereiro, o trabalho alcançou 1.589.987 imóveis e 26.126 deles tinham
criadouros do mosquito. O tem 2.343.397 imóveis.
A
SES-GO apurou que houve uma queda de 42,72% na quantidade de focos do mosquito
entre janeiro e fevereiro. O percentual de imóveis visitados que tinham
criadouros caiu de 3,98% para 2,28% no período. Entre os resultados do
trabalho, está a redução do número de municípios que eram considerados de alto
risco para a dengue. Eles passaram de 106 para 16. No entanto, as visitas
também revelaram uma questão crítica: os imóveis abandonados. Nos dois
primeiros meses do ano mais de meio milhão de imóveis não foram visitados
porque estavam fechados. Para Vilela eles têm “uma probabilidade imensa de ter
focos”.
Problema
Mesmo
com resultados positivos da força-tarefa, o número de casos dos dois primeiros
meses de 2016 foi 9,7% maior que o mesmo período de 2015 com 32.647
notificações de dengue nas primeiras sete semanas epidemiológicas. Este ano são
17 os óbitos suspeitos de terem sido causados pela dengue. O secretário
atribuiu o acréscimo ao retorno da circulação do tipo 3 da dengue; à
notificação equivocada de casos de vírus zika como dengue e ao fato de que,
embora criadouros tenham sido destruídos, mosquitos que nasceram antes da
força-tarefa continuam em ação.
As
circunstâncias atuais, segundo o secretário, favorecem a ocorrência de uma
epidemia de vírus zika. Diante desta preocupação, ele ressaltou que o papel da
população é fundamental porque 80% dos criadouros estão dentro dos lares. “Nós
vamos conseguir nosso objetivo que é a médio e longo prazo erradicar o Aedes egyptide
Goiás”, acredita o Vilela.
(Deivid
Souza)
Quarta-feira,
02 de fevereiro, 2016
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