O
juiz federal Sérgio Moro determinou que a Polícia Federal (PF) tome as
providências necessárias para escoltar o ex-presidente Lula até a sede da
Justiça Federal no Paraná. O petista prestará novo depoimento ao magistrado no
dia 11 de setembro.
Essa
será a primeira vez que o ex-presidente deixará a cela da Superintendência da
PF, em Curitiba, desde sua prisão, em 7 de abril. Lula cumpre pena de 12 anos e
um mês pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex,
no Guarujá (SP).
Lula
vai depor no processo a respeito das denúncias do processo sobre o sítio em
Atibaia (SP).
Segundo
denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente estruturou,
orientou e comandou um esquema ilícito de pagamento de propina em benefício de
partidos, políticos e funcionários públicos. Ele teria nomeado diretores da
Petrobras para beneficiar as empreiteiras Odebrecht e OAS. Em troca, recebeu
propina dessas construtoras, disfarçada por meio de obras de melhorias no sítio
de Atibia. Para os procuradores, o sítio é na verdade do ex-presidente.
Ainda
de acordo com a denúncia do MPF, a Odebrecht teria pago R$ 128,14 milhões em
propina, oriundos de quatro contratos firmados com a Petrobras. Já a OAS,
segundo o MPF, teria pago vantagens indevidas de R$ 27,08 milhões, resultante
do superfaturamento de três contratos firmados com a estatal.
Operação Zelotes
Lula
também deve ser interrogado em um outro processo, relativo à Operação Zelotes,
na qual o ex-presidente e seu filho são acusados de tráfico de influência,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, suspeitos de integrarem um esquema
que vendia a promessa de interferências no governo federal para beneficiar
empresas.
Neste
segundo processo, Lula deveria ter sido ouvido no último dia 21, por
videoconferência, mas o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região (TRF1), suspendeu o interrogatório a pedido da defesa do
ex-presidente. Foi a segunda vez que a oitiva foi desmarcada.
Em
fevereiro, o mesmo desembargador já tinha suspendido o depoimento por entender
que Lula só pode ser ouvido após a oitiva de testemunhas que foram arroladas
pela defesa e estão morando fora do país.
O
ex-presidente nega ser dono do sítio de Atibaia, afirmando que o MPF não tem
provas do contrário. Lula também nega que ele e seu filho, Luís Cláudio Lula da
Silva, tenham participado de qualquer esquema ilícito ou favorecido empresas
investigadas no âmbito da Operação Zelotes. (ABr)
Terça-feira,
26 de junho, 2018 ás 20:00
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