A grande maioria dos deputados que são alvos da operação Lava Jato e que,
assim como o presidente Michel Temer, constam na delação premiada do
ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, votaram para desfigurar o pacote
anticorrupção de forma mais expressiva do que o restante da Casa. Em um
levantamento com os votos individuais em 11 emendas e destaques que alteraram
pontos importantes da proposta, 94% dos parlamentares com esses inquéritos
votaram para desidratar as medidas. Considerando a Câmara como um todo, o
número cai para 72,2%. As informações são da Folha de S.Paulo.
"Pontos
derrubados visavam tornar a prescrição de crimes mais difícil, criar recompensa
para quem denunciar crimes e facilitar a retirada de bens adquiridos com o
crime, entre outras medidas.
Apontado como reação do Congresso à Lava Jato,
o ponto que prevê a possibilidade de juízes e procuradores responderem por
abuso de autoridade teve o apoio de 20 dos 23 deputados alvo que votaram.
Apenas Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Afonso Hamm (PP-RS) e Jerônimo Goergen
(PP-RS) foram contra a alteração. André Moura (PSC-SE) não registrou voto.
Como
o texto pune condutas de caráter subjetivo, a força-tarefa da Lava Jato aponta
a emenda como tentativa de intimidar investigadores e magistrados que apuram o
esquema de corrupção.
O
PP é a legenda com o maior número de deputados investigados em inquéritos da
Lava Jato –16 dos 24.
Participaram
da apreciação do pacote 14 deputados que estão entre os citados na delação de
Melo Filho.
Cinco
deles –Daniel Almeida (PC do B-BA), Benito Gama (PTB-BA), Lucio Vieira Lima
(PMDB-BA), Marco Maia (PT-RS) e Orlando Silva (PC do B-SP) – optaram pelo
enfraquecimento das medidas anticorrupção em todas as votações de emendas e
destaques analisadas pela Folha."
Quarta-feira,
14 de dezembro de 2016
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