A
dramática situação econômica e social em que se encontram os estados do
Nordeste impactados pela maior seca dos últimos 100 anos no País e que, agora,
se aproxima de seu sexto ano consecutivo, tem sido motivo de grande
preocupação, minha e de meu governo. Nesse sentido, e apesar de todas as
dificuldades que temos enfrentado para recuperar a economia nacional, encerrar
2016 sem o anúncio de uma boa notícia, que levasse alento e otimismo aos nossos
irmãos nordestinos, certamente seria um sinal de grande insensibilidade.
Quem
sofre com o castigo da estiagem não é apenas a camada mais humilde da população
dos nove estados da Região; na verdade, os efeitos da seca também são perversos
e se propagam além das regiões castigadas, atingindo a economia do País. Por
isso, com um grande alívio, reservei os últimos dias deste difícil 2016 para
renovar as esperanças de uma importante parcela da nossa população, por quem
nutro especial carinho e admiração. Ao autorizar o Ministério da Integração
Nacional a antecipar o repasse de R$ 230 milhões para obras de combate à seca,
a mensagem que pretendo transmitir é a de que o Nordeste continua sendo
prioridade para o meu governo.
Esse
repasse destina-se a importantes obras que estão sendo realizadas pelos
governos do Ceará, Alagoas, Pernambuco e Paraíba e que viabilizarão a água do
Projeto de Integração do São Francisco. No caso de Alagoas, o governo estadual
contará com mais R$ 53 milhões para prosseguir com a execução do Trecho IV do
Canal do Sertão Alagoano. Quando concluída, esta etapa ampliará o abastecimento
até as cidades de Senador Rui Palmeira e São José da Tapera. Os Trechos I, II e
III já foram entregues e a quinta fase foi anunciada pelo ministro da
Integração Nacional, Helder Barbalho, durante recente visita ao Estado. Cerca
de 358 mil pessoas já são atendidas por essa obra.
Para
demonstrar que o Nordeste nunca foi nem será esquecido, determinei que os
valores sejam creditados, o mais rápido possível, na conta dos governos desses
estados, incluindo, obviamente, o de Alagoas. A chuva pode ser imprevisível e
demorar a chegar às regiões carentes, mas a ação do meu governo tem de ser – e
será – permanente. Encerramos o ano com esta importante iniciativa e, ao longo
de 2017, mobilizaremos esforços e recursos financeiros sempre que for
necessário e, para isso, estamos atentos.
Para
o Programa Cisternas, outra prioridade do governo federal na Região, determinei
a liberação imediata de 250 milhões de reais, com previsão de R$ 455 milhões
adicionais. Queremos que as cisternas cheguem a quem tem sede e não pode
esperar, a quem necessita desse recurso imprescindível para a continuidade da
vida. Vamos atender 759 municípios em 14 estados do Semiárido e também da
Amazônia. Crianças e jovens vão ganhar atenção especial: não deixaremos nenhuma
escola do Semiárido sem cisterna. Nosso esforço beneficiará um total de 595 mil
alunos.
Além
da vida, a água também gera produção e renda. Vamos instalar 46 mil cisternas
para ajudar os produtores, o que facilitará a eles o acesso a iniciativas como
assistência técnica e microcrédito. Famílias e comunidades que têm água geram
renda e ajudam o Brasil a superar a recessão, a retomar o crescimento e a gerar
empregos.
Assumi
o governo com a missão de olhar para a frente. Estamos recolocando – com
diálogo, determinação e o mínimo de burocracia – o Brasil de novo na rota
desenvolvimento. E é com ações como essas que vamos derrotar a crise, inclusive
a que mais castiga o Nordeste, a crise da seca, que já foi narrada em prosa e
verso pelos grandes escritores que a Região revelou ao País e ao mundo. O
Nordeste é grande em dimensão, em riqueza, em beleza e cultura. Problemas que
podem ser combatidos, como a seca, não devem obstruir as vocações dos
nordestinos. Aliás, o exemplo de dignidade e superação do povo do sertão é o
mesmo que inspira e move o meu governo. Não podemos desistir nunca!
(Michel
Temer é o Presidente da República.)
Terça-feira,
27 de dezembro de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário