Treze
milhões de domicílios brasileiros, o equivalente a 19,7% do total de domicílios
com aparelhos de televisão, só têm acesso ao sinal analógico aberto e correm o
risco de ficar sem a programação televisiva já que está em curso no país a
migração do sistema analógico para o digital.
As
informações estão no Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, divulgado
hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O
total de domicílios com aparelho de televisão que não tinham antena parabólica,
nem TV por assinatura, nem digital aberta passou de 28,5%, em 2013, para 23,1%,
em 2014, e chegou a 19,7%, em 2015.
“Apesar
de ser um número alto, tem mostrado redução ano a ano. Há ainda esses 13
milhões de domicílios que, se hoje fosse desligado o sinal analógico, ficariam
sem o acesso à programação de TV. É um número alto ainda, representa quase um
quinto dos domicílios que têm televisão”, disse a analista da Coordenação de
Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Araújo Beringuy.
A
Região Norte continuou apresentando o maior percentual de domicílios sem
nenhuma das três modalidades de acesso à programação televisiva (25,4%),
seguida do Nordeste (22%). A Região Sudeste, com 17,8¨%, é a que tem o menor
percentual de domicílios que ficariam descobertos com o desligamento do sinal
analógico.
De
acordo com o governo federal, o desligamento do sinal analógico no território
brasileiro está previsto para ocorrer até o fim de 2018.
TV de tela fina
A
pesquisa do IBGE também mostrou que, pela primeira vez, o número de televisões
de tela fina superou o número de televisões de tubo. Foram estimados 46,5
milhões aparelhos de televisão de tubo (44,5%) e 58,1 milhões de tela fina
(55,5%) em 2015. O número de televisões de tela fina aumentou 7,6% em relação a
2014.
A
área rural ainda apresenta a maior proporção de televisões de tubo (68%)
enquanto a área urbana tem o maior percentual de aparelhos de tela fina
(58,3%).
Para
a pesquisadora do IBGE, Helena Oliveira Monteiro, o aumento do número de
televisões de tela fina nas residências ocorre por uma substituição tecnológica
por aparelhos mais modernos. “Também o desligamento do sinal de TV analógica
vai acelerar essa substituição”, disse.
TV digital
A
televisão estava presente em 97,1% dos 68 milhões de domicílios brasileiros em
2015, mantendo a mesma proporção observada em 2014. O levantamento mostrou que
45,1% dos domicílios tinham televisão digital aberta. Em 2014, 39,8% dos
domicílios tinham acesso à TV digital e, em 2013, o índice era 31,2%.
A
televisão digital aberta se expandiu tanto na área rural quanto na urbana, mas,
em termos percentuais, a diferença persiste: a modalidade está presente em
17,6% dos domicílios da área rural e 49,4% da área urbana.
Houve
aumento em todas as regiões, com destaque para o Sudeste que, pela primeira
vez, foi a única que alcançou mais da metade (53,1%) dos seus domicílios com
acesso à TV digital aberta. Em 2014, apenas o Distrito Federal tinha mais da
metade dos seus domicílios com TV digital aberta. Este ano, o DF aumentou para
61,4%, mas São Paulo (59,4%), o Espírito Santo (51,4%) e Paraná (50,5%)
ultrapassaram pela primeira vez o patamar de 50%.
TV por assinatura
No
país, a proporção de domicílios com TV por assinatura manteve-se estável em
relação a 2014 (32,1%). Segundo Helena Oliveira Monteiro, não é possível
afirmar que essa estabilidade seja reflexo direto da crise econômica.
“Não
é possível afirmar que essa estabilidade [entre 2014 e 2015] passa só pela
questão do rendimento, mas, hoje em dia, passa pela escolha do consumidor que
está migrando para outros tipos de programação televisiva que não apenas a TV
por assinatura, como o Netflix”, comentou. (EBC)
Quinta-feira,
22 de dezembro de 2016
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