O
governo ratificou nesta segunda-feira a divisão do dinheiro da multa do
programa de repatriação de recursos com os Estados e o Distrito Federal. Foi
editada a medida provisória 753/2016, que prevê que parte da multa (equivalente
a 15% do valor declarado) seja destinada ao Fundo de Participação dos Estados
(FPE) e ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
De
acordo com o texto, publicado em edição extra do Diário Oficial, o repasse para
os Estados ocorrerá imediatamente. Para os municípios, os efeitos da MP valem a
partir de 1º de janeiro de 2017.
A
verba é crucial para que alguns Estados façam frente a despesas de fim de ano,
como o pagamento do 13º salário dos servidores públicos. O depósito estava
programado para esta terça-feira, 20, quando também será transferida uma
parcela do FPE.
A
liberação do dinheiro da multa da repatriação para os Estados foi acertada
neste mês entre os governadores e a União, após meses de negociações e até uma
ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Na Corte, a ministra Rosa Weber
concedeu liminar determinando o depósito dos recursos em juízo.
O
governo federal tentou vincular a liberação do dinheiro da multa da repatriação
com a adoção de medidas de ajuste fiscal pelos Estados, o que gerou protestos
entre os governadores.
No
fim, os governadores acabaram assinando uma carta genérica, em que se
comprometem com ações como a instituição de um teto para os gastos públicos por
dez anos e o aumento das alíquotas das contribuições previdenciárias. O governo
federal, por sua vez, assentiu na liberação dos recursos da multa da
repatriação. (AE)
Terça-feira,
20 de dezembro de 2016
DEPUTADOS PODEM ALIVIAR
CONTRAPARTIDAS PARA VOTAR RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA
Deputados
tentam negociar um acordo para votar o projeto que trata da renegociação da
dívida dos Estados. Para viabilizar a proposta, os parlamentares discutem amenizar
as contrapartidas incluídas pelo Senado para aqueles entes da federação que
decidirem aderir ao chamado Regime de Recuperação Fiscal.
Nesta
terça-feira, 20, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai reunir
lideranças partidárias e governadores na residência oficial para redigir um
novo texto, que será levado ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O
texto votado na semana passada pelos senadores criou uma série de exigências
para que os Estados que se encontram em situação de calamidade fiscal - Rio,
Minas e Rio Grande do Sul - possam ficar até três anos sem pagar dívidas.
Pela
proposta, os Estados que aderirem ao novo regime fiscal vão ter que cumprir
medidas como a elevação da contribuição previdenciária dos servidores ativos e
inativos para, no mínimo, 14%; redução de incentivos fiscais; e adoção de novas
regras previdenciárias. A lei estadual poderá ainda autorizar a redução da
jornada de trabalho atrelada à diminuição proporcional dos salários.
Esses
pontos não constavam na primeira versão aprovada pela Câmara, em agosto, e têm
sido criticados por deputados. "O texto traz um conjunto de
contrapartidas, que o Senado tornou mais draconianas ainda, que significam
interferência na vida dos Estados", afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
O
líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disse que a orientação do
Palácio do Planalto é manter todas as contrapartidas aprovadas pelo Senado.
"O justo é isso, que o governo federal atenda o pleito dos governadores,
mas não adianta atender o pleito, permitir a renegociação, e os governos não
darem contrapartida", disse.
Segundo
Moura, o governo está trabalhando para que o projeto seja votado nesta terça.
Ele afirma, porém, que existe muita resistência para a proposta, especialmente
por parte das bancadas da oposição e da bala, que é contra congelar o reajuste
para corporações militares.
Para
aprovar o projeto, será preciso o voto favorável de 257 deputados. Como o
quórum está baixo por conta do recesso parlamentar, a ideia é que o acordo propicie
uma votação simbólica, caso contrário, qualquer pedido de votação nominal
poderá levar à suspensão da sessão. (AE)
Terça-feira,
20 de dezembro de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário