E lá se vai 2013.
Daqui a pouco começa o décimo quarto ano do Terceiro Milênio. Nos últimos momentos
do ano vão aparecer as tradicionais figuras quixotescas prevendo os
acontecimentos de 2014, que geralmente não se concretizam. Não percam por
esperar.
Haverá certamente
previsões sobre o retorno em maior intensidade das manifestações nas ruas do
país. De junho de 2013 em diante, a violenta repressão que se abateu em várias
cidades, com destaque para o Rio de Janeiro e São Paulo, fez diminuir a
participação popular. Muitos jovens estreantes nas manifestações saíram de cena
por causa da repressão.
Prever se no Brasil
se repetirão as mobilizações fica difícil, embora as indicações apontem nesse
sentido. E até porque, a maior parte da pauta reivindicatória dos manifestantes
não foi cumprida. O mundo político, apesar dos discursos laudatórios das
manifestações, procurou de todas as formas jogar para debaixo do tapete as
justas exigências dos movimentos de protestos.
Como praticamente
nada foi resolvido nos vários segmentos denunciados, como, por exemplo, nas
áreas de saúde, educação e representação popular, em tese as manifestações poderãovoltar
com toda a força, apesar da repressão.
Vem aí uma Copa do
Mundo, como sempre, com as regras da Fifa. Povo mesmo vai ficar de fora, porque
os preços dos ingressos são exorbitantes. Na Copa das Confederações deu para
ver a ausência do povo nos jogos.
O exemplo de
Salvador foi um dos mais marcantes. Em uma cidade de maioria negra como a
capital baiana, poucos dessa etnia eram vistos entre os torcedores. No Rio de
Janeiro, o novo Maracanã não ficou atrás em termos de triagem financeira.
Depois da Copa,
mais de 110 milhões de brasileiros vão escolher o Presidente da República,
renovar a Câmara dos Deputados, parte do Senado, os governos dos estados e suas
assembleias legislativas. Tudo pode acontecer a depender inclusive dos
acontecimentos relacionados com o desenrolar da própria Copa do Mundo e as
manifestações nas ruas do país.
Na corrida
presidencial, cuja campanha na prática já começou, nada de novo no front. Os
candidatos que mais aparecem não questionam, por exemplo, a entrega de nossas
riquezas petrolíferas do pré-sal para estatais chinesas, para uma empresa
francesa e outra anglo-holandesa.
A mídia
conservadora diariamente critica o modelo de partilha adotado no leilão da
bacia petrolífera de Libra. Os editoriais exigem o retorno de uma entrega total
e irrestrita, representada pelo modelo de concessão adotado na era Fernando
Henrique Cardoso e assim sucessivamente.
Como o Brasil
continua sendo uma caixa de surpresas, haja vista os acontecimentos a partir de
junho de 2013, fazer previsões neste momento, embora as pesquisas indiquem o
fortalecimento da Presidenta Dilma Rousseff, também é difícil e pode estar
sujeita a chuvas e trovoadas.
Quem viver verá.
Por: Mário Augusto Jakobskind.
Segunda-feira,
30 de dezembro, 2013.
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