Porque
a água atinge todos os seus objetivos? E nós muita vez não conseguimos realizar
nossos desejos, vontades, propósitos, anseios, aspirações, ambições e
pretensões. Se pecar em hebraico significa errar o alvo, na vida estamos sempre
pecando. Nem sempre temos capacidade para atingir nossos desígnios e o escopo
das nossas obras do dia a dia, deixa de atingir a finalidade e inauguramos mais
um intento que não passa do plano das intensões.
Mas
a pergunta desta reflexão de hoje que trago para os meus nobres pares, confreiras,
confrades e leitores em geral ainda não foi respondida. A pergunta soa como um
koan no fundo das nossas almas e a reflexão filosófica acaba por nos elevar ao
estado de meditação dos santos, místicos e religiosos, aqueles que fazem
práticas espirituais visando o “religare”, a religação com o Criador.
Fitamos
um alvo, fazemos força para atingi-lo e lá vem mais uma frustração na nossa
vida. Sabe por que isto acontece?
Porque
não aprendemos a lição da água. A principal lição da água não é porque ela tem a paciência de contornar obstáculos para transbordar
o conteúdo, derramar o excesso, entornar ou verter o líquido canalizando-o para
uma finalidade.
A
principal lição da água, meus poetas e escritores, é que ela está em sintonia
permanente com o centro de gravidade da terra. Ela sente o próprio peso o tempo
todo e não fica ocupada com a obsessão de expandir seus domínios, de se
derramar, de servir, ser servida ou canalizada. No entanto, o seu peso e toda a
sua força vetorial está voltado para o centro da terra, que mantem o seu
equilíbrio em harmonia perfeita com a força gravitacional do Sol e da Lua, que balanceia
e estabiliza o movimento das massas líquidas nos planetas.
Serenamente
a água busca o seu destino de encontrar uma saída, mas não dirige a sua força
neste sentido. A força da água é dirigida para baixo mas cresce para cima e faz
pressão em todas as direções.
Assim
também é a nossa vida de escritores e poetas. Um estudante de filosofia da Nova
Acrópole, disse certa feita que escrever é como encher um balaio de
conhecimento. No dia que o balaio transborda a pessoa começa a escrever.
Também
nesse dia descobrimos a nossa ignorância de não saber quantas viagens vamos dar
com o nosso balaio do conhecimento, para esvaziá-lo... Descobrimos que não
sabemos para onde levar o nosso pequeno balaio de conhecimentos... E o pior de
tudo é que nem sempre conseguimos acessar a fonte da verdadeira sabedoria.
Por:
Marcos Barbosa
Terça-feira,10
de dezembro,2013.
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