O
Brasil aparece na posição número 72, três abaixo do resultado de 2012, no
ranking do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da ONG alemã Transparência
Internacional (TI), divulgado na terça-feira(03/12).
Venezuela
e Paraguai continuam sendo listados como os países mais corruptos da América
Latina, enquanto Uruguai e Chile são vistos como os líderes em transparência,
segundo o relatório.
A
edição de 2013 do já tradicional IPC oferece um ranking regional no qual,
apesar à estabilidade dos resultados, se destacam as quedas gerais na América
central.
'O
que mais salta à vista são as quedas da América Central como bloco. Uma
explicação é que os grupos do crime organizado precisam da corrupção para
traficar com drogas, armas e pessoas', opinou à Agência Efe o diretor para as
Américas da TI, Alejandro Salas.
Para
Salas, essas organizações e seus conflitos provocam um 'desgaste sistemático'
em toda a região, que contém os países com maiores quedas do ranking:
Guatemala, Panamá, República Dominicana e Honduras.
Em
uma escala de zero (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente), a lista
de transparência no continente latino é liderada pelo Uruguai, com (73), Chile
(71), Porto Rico (62) e Costa Rica (53), seguidos por Cuba (46), Brasil (42) e
Salvador (38).
Entre
os mais corruptos da região, estão a Venezuela (20 pontos), Paraguai (24),
Honduras (26), Nicarágua (28) e Guatemala (29).
Em
ordem decrescente de transparência, aparecem nessa classificação anual da TI:
Peru (38 pontos), Colômbia (36), Equador (36), Panamá (35), Argentina (34),
Bolívia (34), México (34) e República Dominicana (29).
O
Equador, apesar de sua baixa pontuação, é o país que teve alta maior - quatro
inteiros - graças em grande medida ao 'sinal' enviado pelo plano nacional
anticorrupção e outras medidas, como os aumentos salariais para a polícia, e às
'expectativas' que isso gerou, explica Salas.
No
entanto, o responsável da TI para América adverte contra o risco que representa
depender da 'mão dura' de um governante concreto - em vez de estruturas
estatais - e critica o fechamento de espaços democráticos no Equador,
'especialmente veículos de comunicação'.
Com
relação ao Brasil e ao México, as duas potências econômicas da região, Salas
considera má notícia a 'estagnação' no IPC, apesar de, no caso brasileiro,
acreditar em uma próxima subida pelas mãos da implementação de leis como a Lei
da Ficha Limpa e a de acesso à informação pública, e como reação aos protestos
sociais.
'No
Brasil há muito movimento e acho que vai haver uma melhoria no índice nos
próximos anos', diz Salas.
A
corrupção no setor público continua sendo 'um dos maiores desafios em nível
mundial', segundo a ONG, que considera que as áreas mais problemáticas são 'os
partidos políticos, a polícia e os sistemas judiciários'.
A
TI elabora todo ano desde 1995 a partir de diferentes estudos e enquetes sobre
os níveis percebidos de corrupção no setor público de dezenas de países.
Agencia
EFE
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