Brasília
– A Polícia Civil do Distrito Federal (DF) prendeu quinta-feira (26/12) sete
pessoas e apreendeu mais de R$ 2 milhões em espécie, além de joias e veículos
durante a Operação Armadilha, desencadeada para desarticular um esquema de
exploração do jogo do bicho na capital. O montante é o maior já apreendido no
DF.
Com
a operação, o delegado-chefe adjunto da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado
(Deco), Fernando Cocito, acredita que o jogo do bicho não funcionará mais na
capital do país. “Exterminamos o jogo do bicho na data de hoje. Estaremos
atentos para qualquer tentativa de ressurgimento do jogo”, disse o delegado,
chefe da operação.
Diferentemente
de outras ocasiões, desta vez os responsáveis pelas quadrilhas serão
enquadrados pela nova lei que define organização criminosa. Aprovada este ano,
a Lei 12.850 modificou o Código Penal e tornou mais severas as punições para
essa prática criminosa, com pena de reclusão de 3 a 8 anos, que pode ser
elevada.
De
acordo com Cocito, a Operação Armadilha é resultado de seis meses de
investigações e conseguiu desbaratar duas quadrilhas que atuavam há mais de 15
anos como jogo do bicho. Chefiadas por Hélio Cesar Alfinito, conhecido como
Helinho, e João Carlos dos Santos, elas dividiram o Distrito Federal em duas
grandes áreas de exploração da jogatina.
Uma
compreendia as regiões administrativas da Asa Sul, do Guará, Núcleo
Bandeirante, Riacho Fundo, de São Sebastião e do Cruzeiro. A outra comandava o
jogo ilegal na Asa Norte, Ceilândia, no Paranoá, em Sobradinho e Planaltina.
“Essas quadrilhas estavam enraizadas no Distrito Federal. Eles pintaram e
bordaram por aqui e estamos colocando um ponto final nisso”, frisou Cocito.
Segundo
ele, o faturamento mensal da máfia chegava a R$ 3 milhões por mês e o aumento
na arrecadação era comemorado em restaurantes e casas de luxo da capital do
país. Para legalizar o dinheiro, as quadrilhas usavam laranjas e empresas de fachada.
“As empresas adquiriam bens moveis e imóveis em nome de terceiros e deles
próprios”, explicou o delegado.
As
empresas eram uma imobiliária, chamada Vila Isabel, localizada no Lago Sul, e
uma empresa de fabricação de bobinas, a Bobinas.com, que produzia as máquinas
usadas no jogo do bicho. “Essa era uma associação mais sofisticada, com
soldados do crime, gerenciamento, divisão de tarefa. Estão sendo autuados pelo
crime de organização criminosa”, reforçou Cocito.
Também
foram presos hoje Leonardo Fernando Lins, genro de Helinho, Jerônimo
Natividade, João Rufino, Luiz Francisco Magalhães de Almeida e o policial
militar aposentado Wilians Fernandes de Morais.
Ivan
Richard - Agência Brasil.
Quinta-feira,
26 de dezembro, 2013.
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