Líderes de PSDB, DEM e PPS
discordaram de sugestões para o plebiscito.
PSOL disse que ampliaria número
de temas da consulta popular.
Partidos de oposição criticaram a
mensagem da presidente Dilma Rousseff entregue nesta terça-feira (2) ao
Congresso propondo a convocação de um plebiscito para a reforma política.
Na manhã desta terça, o
vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, apresentaram um documento de três páginas aos presidentes da
Câmara e do Senado com as sugestões de Dilma.
Na avaliação do deputado
Vanderlei Macris (SP), vice-líder do PSDB na Câmara, o pedido enviado pela
presidente da República reflete uma posição “muito tímida” do governo sobre a
reforma política. Para o parlamentar tucano, muitos dos temas destacados por
Dilma no documento já fazem parte da pauta política da Câmara e do Senado, como
a proposta de consulta sobre o fim do voto secreto.
Na última quarta (26), a Comissão
de Constituição e Justiça da Câmara aprovou Proposta de Emenda à Constituição
que acaba com o voto secreto nas votações em plenário para perda de mandato de
deputados e senadores. O texto é de origem do Senado e ainda precisa passar por
uma comissão especial, para depois ser votada em dois turnos tanto na Câmara
quanto no Senado.
“O voto secreto já é pauta do
Legislativo. O que está parecendo é um oportunismo da Presidência, usando uma
cortina de fumaça contra as manifestações das ruas. Até o momento, não houve
nenhuma posição fechada do governo no sentido de ter maior austeridade ou até
mesmo diminuir o número de ministérios”, reclamou Macris.
O líder do DEM na Câmara,
deputado Ronaldo Caiado (GO) classificou de estratégia “diversionista” o texto
elaborado pelo Planalto. Ele avalia que os temas sugeridos por Dilma não são
viáveis de serem levados a um plebiscito, na medida em que, segundo ele, não se
limitariam às respostas sim ou não.
“É, no mínimo, um total
desconhecimento de como se formula um plebiscito. Pergunte a alguém se existe
um mínimo de bom senso e razoabilidade nessas propostas. É 100% demagógico, com
o objetivo de transferir para cá [Congresso] os problemas do governo. Da forma
como foi apresentado, você não consegue obter maioria absoluta em nenhum dos
pontos sugeridos para o plebiscito”, disse Caiado.
Para o líder do PPS, deputado
Rubens Bueno (PR), os assuntos recomendados pelo governo não divergem em nada
dos temas que já estão sendo discutidos pelo parlamento. O deputado enfatizou
que sua bancada não pretende se envolver nos debates que serão promovidos na
Câmara para preparar o plebiscito.
“É uma cortina de fumaça. Nós
estamos vendo o governo reunir todos os seus ministérios para analisar o que já
estamos discutindo. É tudo para desviar a atenção. É um absurdo fazer um
plebiscito para esse debate”, disse.
Fonte: G1
Terça-feira 02 de julho
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