O consagrado escritor Carlos
Heitor Cony enxerga o que muitos jornalistas encardidos da grande imprensa
relutam em enxergar: os protestos de rua organizados via redes sociais
mostraram que a velha mídia perdeu o bonde da história. Este, aliás, é o título
do artigo publicado por ele no jornal Folha de S.Paulo, na edição desta
terça-feira.
Vale a pena ler o trecho:
Até então, era a mídia impressa
que criava e orientava os grandes movimentos populares. Bastaria lembrar os
mais recentes: o impedimento de um presidente da República, a luta pelas
Diretas-Já e até mesmo a morte de Vargas e o golpe de 1964 foram produzidos
pela indignação da imprensa prontamente transmitida ao povo.
Com a crescente propagação dos
sites e blogs, o poder de mobilizar a população foi transferido para a
internet, onde cada cidadão, sem necessidade de qualquer habilitação ou
representação, pode expressar a sua cólera contra toda instituição, grupo ou
indivíduo.
Não há manuais de Redação ou leis
específicas que possam patrulhar o descontentamento que, quando é geral,
transforma-se em manifestações que paralisam o país, confundem o governo e
podem até provocar o vandalismo de alguns.
O universo virtual criado e
gradativamente aumentado pela internet (que ainda está atravessando sua idade
da pedra) fez a mídia autorizada (jornal, rádio e TV) perder o bonde da
história.
Fonte: Goiás 24horas
Terça-feira 02 de julho
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