Dois veículos foram totalmente queimados; duas
pessoas foram detidas. Prefeito acredita que disparidade com DF causa revolta na população.
A Polícia
Militar de Goiás calcula que 26 ônibus foram depredados no protesto realizado
na manhã de terça-feira (13/12), na BR-070, via que liga Brasília à cidade de Águas
Lindas (GO) o DF. Desse total, dois veículos foram totalmente queimados e
outros dois, parcialmente. Vinte dos ônibus destruídos, inclusive os
incendiados, pertenciam à empresa Santo Antônio. Os outros seis veículos eram
da Taguatur.
Embora a
informação inicial da Polícia Rodoviária Federal tenha sido de que o protesto
era contra as condições do transporte público da região, o coronel José Luiz
Biano afirmou que os manifestantes pediam mais segurança na BR-070.
"Na
[segunda-feira,12/12] uma pessoa morreu atropelada na rodovia. Houve quem se
juntasse depois para reclamar de outras coisas, mas, inicialmente, o protesto
na rodovia era pela instalação de redutores de velocidade, instalação de posto
da Polícia Rodoviária Federal, e mais agilidade no recolhimento de corpos de
acidentes ocorridos lá", indicou.
O protesto começou às 5h20
de terça-feira (13/12), afirma o coronel, a cerca de um quilômetro do Distrito Federal, e
bloqueou todas as
pistas da BR-070. O trânsito foi liberado por volta das 8h45.
“Os policiais
usaram bala de borracha para conter os
manifestantes e tiros foram disparados nos pneus dos ônibus que estavam sendo arrastados pelas pessoas que protestavam”,
indica o coronel. Duas
pessoas
foram
detidas e levadas para o Centro Integrado de Atendimento e Despacho (Ciops), diz o coronel.
O prefeito de Águas
Lindas, Geraldo Messias (PP), afirmou que ia se
juntar as manifestantes. “Estava indo para Goiânia e voltei por causa do protesto. Estou indo gritar também. Quem tem poder de negociação ali é o governo federal, o Dnit”, falou Messias.
Ele contou que, no início deste mês,
houve
uma reunião entre o Ministério da
Integração e os governos de Goiás e do DF.
“Avisei que era um barril de pólvora, pedi para termos um
tratamento diferenciado, de região metropolitana, mas
eles disseram que não era possível”, contou.
Segundo o prefeito, na
mesma reunião,
as autoridades
afirmaram que
o PAC do Entorno, previsto para enviar recursos para a
região em
julho de
2012, conforme informou Messias,
irá melhorar
principalmente a infraestrutura e a segurança das cidades que circundam o Distrito Federal.
‘Céu e inferno’
O prefeito Geraldo Messias acredita que a diferença de realidade entre o Distrito Federal e o Entorno é a grande causadora da revolta da população.
O prefeito Geraldo Messias acredita que a diferença de realidade entre o Distrito Federal e o Entorno é a grande causadora da revolta da população.
“A população que mora no Entorno passa a
semana inteira trabalhando no Distrito Federal, vendo uma
realidade de conforto, mas chega em casa à noite ou no fim de
semana e encontra
um bolsão de
miséria, um lugar sem asfalto, saúde ou educação. É desproporcional. A pessoa está no céu, passa uma ponte, e cai no inferno.”
O preço das
passagens de ônibus foi citado pelo prefeito como mais um problema. “Precisamos de transporte
intermunicipal e não interestadual. Pagamos R$ 4,50
para andar 50 quilômetros, enquanto no DF paga-se R$ 3 para andar até 80 quilômetros”,
calcula.
Afrânio
Pedreira
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