O senador Demóstenes Torres defendeu ao longo da última
semana uma ação dura do governo federal no combate à epidemia de crack que
assola o país. Um dos mais importantes líderes da oposição em Brasília,
Demóstenes disse que recebe milhares de verdadeiros pedidos de socorro por meio
do Twitter (@demostenes_go). As mensagens acabaram resultando no projeto de lei
do Senado nº 111 de 2010, que cria a internação compulsória para viciados em
drogas. “A família não pode nem deve ficar omissa enquanto um ente querido é
tragado pelo crack, a internação compulsória cria meios para salvar filhos em
todo o país”, afirmou o senador.
Demóstenes afirmou que “o eixo das vindícias, a internação
compulsória dos dependentes, foi fulminada pela turma do afrouxamento penal. Na
semana passada, virou estrela de projeto lançado pela presidente Dilma
Rousseff”. A nova postura do governo surpreende, principalmente depois de
iniciarem uma ampla campanha na internet contra o projeto, resumindo uma série
de amplas ações contra o tráfico no ponto central da restrição da liberdade –
que, antes de qualquer coisa, restringi-se a um tratamento que vai salvar a
vida do usuário.
O senador lembrou ainda que o governo enviou técnicos ao
Congresso para dizerem que se a proposição for aprovada as cadeias explodirão
de gente cujo único erro é usar droga. ”Pela fragilidade dos argumentos se
conclui que não leram o texto, síntese das ideias enviadas: fechar as
fronteiras para o tráfico, com as Forças Armadas junto às polícias Federal e
Rodoviária Federal, Civil e PM; apoio aos familiares e tratamento obrigatório
do usuário, após consultado por especialistas, a mando do juiz; punição a
gestor público que não fizer estabelecimentos em número suficiente, com
profissionais e equipamentos modernos”, completou Demóstenes.
A decisão da presidente Dilma de agora dar atenção aos
viciados em drogas também pode ser uma manobra política para cessar o tiroteio
contra Fernando Pimentel, o homem que, ao mesmo tempo, conseguiu coordenar
campanha presidencial e fazer a própria para o Senado. Nas horas vagas, era
consultor de empresas interessadas em contratos milionários com o poder
municipal do qual saíra e no federal em que acabava de entrar.
O principal indício é que, em vez de ações sérias e
planejadas “o Planalto saiu-se com um programa elaborado às pressas. Na típica
conta de mentiroso, os números são sempre quebrados (2.462, R$ 670,6, R$ 128,8)
e não resistem a uma checagem simples. Um exemplo são as prometidas 408
Unidades de Acolhimento feitas por R$ 265,7 milhões: para os prédios, o
tratamento (internações de seis meses), os remédios, o maquinário – tudo a R$
650 mil cada”, disse o senador.
Além dos pontos relatados por Demóstenes, o governo ainda
criará a figura do líder comunitário capacitado para combater entorpecentes. O
temor da oposição é que a criação de 170 mil cargos desse calibre acabariam
desviados para cabos eleitorais durante o próximo período eleitoral. “O projeto
inteiro terá, garante a presidente, R$ 4 bilhões. Difícil acreditar que esse
valor será realmente investido no combate às drogas. Neste ano, segundo a
Confederação Nacional de Municípios, o governo empregou somente cerca de R$ 4
milhões contra as drogas. Mil vezes menos. Apelar para a politicagem e anunciar
medidas fictícias é um desrespeito à dor das famílias, uma cratera na esperança
de vencer o mal do século”, concluiu o senador.
Terça – feira. 20/12/2011
ás 18:05h
Postado pelo Editor
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