Ministros, empresários bem relacionados com o
governo petista e parlamentares agiram nos bastidores para impulsionar a
criação do Partido Republicano da Ordem Social, o PROS, o mais novo integrante
da base da presidente Dilma Rousseff.
O novo partido será linha
auxiliar de candidatos da base governista nos Estados, muitos deles de partidos
grandes, o que transforma o PROS num chamariz para deputados, prefeitos e
vereadores que podem mudar de sigla sem perder o mandato.
Entre os patronos do PROS estão o
empresário José Batista Júnior, de Goiás, filiado ao PMDB, um dos donos do
Friboi, a maior indústria de carnes do mundo, o deputado Valdemar Costa Neto
(PR-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do
mensalão a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro
e corrupção, além dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Delcídio Amaral
(PT-MS), e o governador do Ceará, Cid Gomes.
Uma planilha que circulou entre
os organizadores do partido, à qual o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso,
relata que os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann
(Casa Civil) também tiveram participação na montagem do PROS. Cada um ficou de
orientar a filiação de pelo menos um parlamentar no Estado de origem. Pimentel
será candidato a governador de Minas Gerais; Ideli deverá disputar uma vaga à
Câmara; Gleisi, o governo do Paraná. Os três são do PT.
O mutirão em favor do PROS
ocorreu depois que os governistas perceberam que poderiam perder ainda mais
dinheiro do fundo partidário e tempo de TV com a criação do Solidariedade,
partido montado pelo deputado Paulinho da Força (SP), que se declarou
oposicionista.
Para ajudar a nova legenda, a
presidência do PR - partido de Valdemar Costa Neto - cedeu uma sala para
Eurípedes Júnior, ex-vereador de Planaltina de Goiás (cidade a cerca de 50 quilômetros de Brasília) que vai comandar o
PROS.
Na fase final do processo, o PROS
contou com o empurrão do empresário Júnior da Friboi, que será candidato ao
governo de Goiás pela aliança PMDB/PT. Como o governador Marconi Perillo (PSDB)
tem uma base com 20 partidos, Júnior passou a correr atrás do maior número de
legendas que possam ajudá-lo. Uma delas é o PROS, que deverá receber pelo menos
quatro dezenas de prefeitos, além de centenas de vereadores, eleitos no ano
passado com a ajuda do empresário, que pertencia ao PSB. A saída de um dos
sócios da Friboi do partido de Eduardo Campos para o PMDB foi comandada pelo
vice-presidente da República, Michel Temer.
Por intermédio de sua assessoria,
Ideli Salvatti informou que recebeu nesta quinta-feira, 26, em seu gabinete do
Planalto o criador da legenda, "mas não atuou na busca de adesões".
Delcídio Amaral disse que já conversou com Eurípedes por telefone, mas não
pessoalmente.
O ministro Fernando Pimentel
disse que teve uma audiência com o deputado Ademir Camilo (MG), que o
apresentou a Eurípedes. O assunto, segundo Pimentel, foi "o
desenvolvimento de Minas". Júnior da Friboi informou, pela assessoria, que
está mais interessado em fortalecer o PMDB. Já Gleisi e Lindbergh estavam
viajando e não responderam.
As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
Sexta-feira 27 setembro
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