A Polícia
Federal deflagrou no início da manhã desta quinta-feira (19) uma operação que
cumpre 27 mandados de prisão e 75 de busca e apreensão no Distrito Federal
e em nove estados do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia.
De
acordo com a PF, o objetivo da operação, batizada de Miquéias, é desarticular
duas organizações criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e a outra
acusada de má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas.
Essa é a primeira operação da história da PF no combate a esta espécie de
crime, segundo a corporação.
A
PF informou que só no Distrito Federal 16 pessoas foram presas. Dois dos presos
são delegados da polícia civil, que ainda não tiveram os nomes divulgados.
A
investigação, de acordo com a polícia, começou há um ano e meio para apurar
lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de
fachada ou fantasmas, abertas em nome de “laranjas”.
A
PF disse que detectou a existência de um "verdadeiro serviço de
terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos".
Nos dezoito meses de investigação, a polícia estima que foram sacados mais de
R$ 300 milhões de reais nas contas dessas empresas.
Nas
investigações foi detectado também pela PF que policiais civis do DF eram
responsáveis pela proteção da quadrilha.
A polícia descobriu ainda que a
organização criminosa aliciava de prefeitos e gestores de Regimes Próprios de
Previdência Social para que eles aplicassem recursos das respectivas entidades
previdenciárias em fundos de investimentos com papéis geridos pela quadrilha, o
que configurava o desvio dos recursos. Os prefeitos e gestores dos regimes
próprios de previdência eram remunerados com um percentual sobre o valor
aplicado.
De acordo com a polícia, foram
confirmadas irregularidades especificamente nos Regimes Próprios de Previdência
Social das seguintes prefeituras: Manaus/AM, Ponta Porã/MS, Murtinho/MS,
Queimados/RJ, Formosa/GO, Caldas Novas/GO, Cristalina/GO, Águas Lindas/GO,
Itaberaí/GO, Pires do Rio/GO, Montividiu/GO, Jaru/RO, Barreirinhas/MA, Bom
Jesus da Selva/MA e Santa Luzia/MA.
Os
presos devem responder por gestão fraudulenta, operação desautorizada no
mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro,
formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Fonte:
G1/DF
Quinta-feira
20 de setembro
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