Estados se preparam para tentar
combater a ação de vândalos mascarados em protestos durante a Copa do Mundo.
Mas falta organização e apoio do governo
A quatro meses do início da Copa
do Mundo, quando os holofotes do mundo inteiro estarão direcionados para o
Brasil, o governo dá sinais de que ainda busca um modo de evitar danos mais
sérios, que podem provocar embaraço internacional para o país. O ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, leva adiante um projeto de lei da Presidência
que limita ações de manifestantes e coíbe mascarados. No dia 11 de março, terá
início em Porto Alegre a primeira edição do curso de multiplicadores para
oficiais das PMs – com base no guia produzido pelos comandantes-gerais. No
retorno às cidades-sede, eles serão os responsáveis por orientar as tropas e
definir que meios comuns serão empregados pelos policiais sob seu comando.
Por enquanto, cada PM tem buscado
desenvolver um método próprio de intervenção nas manifestações – por vezes
adaptado de técnicas internacionais, como o confinamento de manifestantes
conhecido como kettling na Europa. O cerco também foi usado no sábado pela
primeira vez em São Paulo. O site de VEJA ouviu comandantes e representantes
das PMs dos Estados que abrigarão jogos do mundial para mapear como cada força
atuará para controlar manifestações de rua durante a Copa. A reportagem não
obteve resposta de Brasília (DF), Manaus (AM) e Natal (RN).
A Polícia Militar de São Paulo
selecionou cerca de 200 policiais a pé e os treinou em artes marciais – com
foco em técnicas de imobilização e projeção ao solo do Jiu-Jitsu. Eles atuaram
pela primeira vez no último sábado, quando a PM destacou 2 300 agentes para
acompanhar uma manifestação com cerca de 1 300 pessoas. A chamada Companhia de
Intervenção caminhou em fila indiana tripla, mesclada aos demais policiais, ao
lado dos manifestantes. Essa tropa não portava armas de fogo – apenas
cassetetes e escudos, além de capacete. Quando a PM confinou os manifestantes
num cerco – sob a justificativa de “evitar” de depredação – os apelidados
“ninjas” aplicaram golpes de imobilização (“gravata” e “mata-leão”) para
impedir a fuga de mascarados. Jornalistas também levaram golpes. Na retaguarda,
a PM paulista manteve a Rocam (policiamento por motocicletas), o Batalhão de
Choque e a Força Tática, orientados via rádio e por um helicóptero. Esses
batalhões têm equipamentos mais potentes, como bombas de gás lacrimogênio e escopetas
calibre 12 para disparo de balas de borracha – além de ônibus. A PM também está
comprando quatro caminhões antimotim israelenses.
Com informações: VEJA
Sábado, 1º de março, 2014.
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