Após chamarem de "fascistas"
e "terroristas", manifestantes contra e a favor de uma intervenção
militar no Brasil entraram em confronto sábado (22,3), em frente ao Palácio
Duque de Caxias, no centro do Rio, e policiais militares do Batalhão de Grandes
Eventos usaram cassetetes e balas de borracha para acabar com a confusão.
Um grupo estimado em 150 pessoas pela
Polícia Militar participava da tentativa de reeditar a Marcha da Família com
Deus Pela Liberdade, 50 anos depois do movimento que antecedeu o golpe militar
em 1964, quando cerca de 50 militantes de movimentos sociais se aproximaram aos
gritos de "cadeia, já, para os fascistas do regime militar". Os
defensores da intervenção militar responderam aos gritos de "fora,
comunistas," e "terroristas", e o clima ficou tenso.
A polícia fez um cordão de isolamento
para impedir que os dois grupos se confrontassem, mas um homem que participava
da Marcha da Família conseguiu furar o bloqueio, passando por cima de uma das
saídas de ar próximas ao Panteão e ao monumento de Duque de Caxias e avançou
contra os representantes dos movimentos sociais. Depois de agredir um
manifestante, ele foi atingido com o cabo de uma bandeira, e os policiais
dispersaram o protesto contra a intervenção, usando balas de borracha e
cassetetes. Os manifestantes correram para a Central do Brasil, onde parte do
comércio fechou as portas.
Em pelo menos mais duas ocasiões,
manifestantes de lados opostos trocaram socos e chutes em frente ao
Quartel-General do Comando Militar do Leste, e a polícia tentou separar as
brigas. Durante cerca de 20 minutos, o clima foi de provocação, com palavras de
baixo calão, acusações e xingamentos. Depois, o grupo contrário à intervenção
militar se manteve em frente à Central do Brasil, enquanto a Marcha da Família
continuou ao lado do prédio do Exército, já com número bastante reduzido.
O movimento que pedia intervenção
militar no país se concentrou na Candelária e seguiu pela Avenida Presidente
Vargas, que teve uma de suas pistas interditadas. Com gritos de "fora,
PT", "fora, comunismo" e "fora, Dilma", os manifestantes
levantavam cartazes que pediam a troca das eleições por um governo militar que
"limpasse o Congresso de corruptos". Com bandeiras do Brasil e
faixas, o grupo parou diante do Palácio Duque de Caxias e cantou o Hino
Nacional. Depois, continuaram os gritos de rejeição ao governo e ao sistema
político.
Um ativista que transmitia o evento ao
vivo pela internet foi hostilizado por membros da marcha aos gritos de "Vá
para Cuba, você não é brasileiro". Um dos manifestantes, então, deu um
tapa no celular que era usado para a filmagem e o derrubou no chão. Sem se
exaltar, o ativista pegou o aparelho de volta e se afastou.
Vinícius Lisboa - Agência Brasil
Domingo, 23 de março, 2014.
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