O
Grupo de Trabalho Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil,
vinculado ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), da
Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, propôs ontem (11/3)
a criação de um Observatório da Violência contra Comunicadores.
Se
aprovado, o observatório será fruto de cooperação entre a Organização das
Nações Unidas (ONU), o Ministério da Justiça e a SDH, com vistas a garantir a
defesa de profissionais de comunicação, que sofram violências em virtude da
natureza do trabalho.
A
proposta do Grupo de Trabalho - criado em outubro de 2012, e conhecido como GT
Comunicadores - é que o observatório tenha uma unidade de recebimento de
denúncias, além de mecanismos de proteção aos comunicadores e acompanhamento
das investigações, para assegurar punição aos criminosos. A sugestão é motivada
pelo levantamento feito pelo GT Comunicadores sobre os casos de violência
contra jornalistas e demais comunicadores.
De
2006 a fevereiro de 2014 foram registrados 321 casos de violência. Entre eles
estão agressões, ameaças de morte, perseguições e homicídios. No período
analisado, foram 18 mortes, 168 agressões e 29 ameaças de morte, dentre outras
ocorrências.
A
reunião foi encabeçada pela ministra da SDH, Maria do Rosário. Ela explicou que
existem ocorrências em diversos contextos, como grupos de extermínio,
envolvimento de autoridades nos crimes, envolvimento do crime organizado e
casos de violência durante manifestações populares. Para tirar as ideias do
papel, a ministra conta com o esforço dos órgãos correspondentes.
“A
sensibilização de todos esses órgãos é fundamental. Por isso, o contato direto
com o Ministério da Justiça, o trabalho com o Ministério Público e com cada
esfera tem sido bastante importante. Citaria ainda a Câmara dos Deputados e o
Poder Judiciário, porque nós não podemos ver a impunidade dos crimes contra
comunicadores como algo recorrente”.
Além
do Observatório da Violência contra Comunicadores, o GT Comunicadores também
fez outras recomendações como a criação de um programa de proteção específica
para profissionais de jornalismo. Ainda está em estudo como seria feito o
programa, semelhante àqueles de proteção a vítimas testemunhas, mas articulado
de forma que a vítima possa continuar trabalhando.
A
partir de agora, as recomendações feitas pelo GT serão encaminhadas para cada
órgão e entidade citados no relatório. “As diretrizes serão repassadas para
cada órgão, para que sejam cumpridas. Elas funcionam como diretrizes éticas de
direitos humanos, e orientam também a formação de leis, de diretrizes no âmbito
da atuação das polícias, e podem ser incorporadas a outros órgãos com
características normativas, como o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho
Nacional do Ministério Público”, explicou a ministra da SDH.
Agência Brasil
Quarta-feira, 12 de março, 2014.
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