O Ministério Público Eleitoral
protocolou quinta-feira (28/11) ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para
pedir a cassação dos mandatos de 13 deputados federais em razão de mudanças de
legenda.
As ações do MP se baseiam nas
regras da fidelidade partidária. Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
fixou que os mandatos pertencem aos partidos e não aos candidatos. Com isso, de
acordo com a resolução, só é permitida a mudança de legenda nos casos de
incorporação ou fusão de partidos, criação de novo partido, mudança ou desvio
programático da sigla e "grave discriminação" cometida contra o
parlamentar.
Na avaliação da Procuradoria, nos
13 casos não houve justificativa para a mudança da legenda. Entre esses casos
estão os de Walter Feldman (SP) e Alfredo Sirkis (RJ), que eram do PV e queriam
ir para o partido Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, cujo registro foi negado pelo TSE. Membros da
Rede, entre os quais Feldman e Sirkis, se abrigaram no PSB enquanto aguardam a
legalização do novo partido.
Além deles estão entre os alvos
da ações os deputados José Humberto Soares (MG), Stefano Aguiar dos Santos
(MG), Paulo César da Guia Almeida (RJ), Wanderley Alves de Oliveira (RJ), Luiz
Hiloshi Nishimori (PR), Silvio Serafim Costa (PE), José Wilson Santiago Filho
(PB), Paulo Henrique Ellery Lustosa da Costa (CE), Paulo Roberto Gomes Mansur
(SP), Francisco Evangelista dos Santos de Araújo (RR) e Cesar Hanna Halun (TO).
Segundo o TSE, as ações foram
distribuídas para seis relatores diferentes – Laurita Vaz, Dias Toffoli, Gilmar
Mendes, Luciana Lóssio, Henrique Neves e João Otávio de Noronha. Os ministros
coletarão provas e ouvirão depoimentos. Quando os processos estiverem prontos,
cada relator levará ao plenário para julgamento. Da decisão do TSE, caberá
recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF).
As 13 ações foram assinadas pelo
vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão. "O eleitor confere a
representação ao parlamentar vinculado a certo partido, que encarna o ideário
que se pretende avançar na disputa pelo poder político. A infidelidade quebra
essa relação de confiança e permite à sociedade que reivindique o mandato,
através do Ministério Público", afirma o procurados nas ações.
Mais cedo, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, que também coordena o Ministério Público Eleitoral, afirmou
que o foco seriam os casos daqueles que deixaram seus partidos, se filiaram a
uma legenda recém-criada e depois migraram para partidos já existentes. No
entanto, há casos de deputados que migraram diretamente para nova legenda.
OS 13 DEPUTADOS ALVOS
DE AÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
DEPUTADO DE
ONDE SAÍU PARA ONDE FOI.
Alfredo Sirkis (RJ) PV PSB
Beto Mansur (SP) PP PRB
César Hallum (TO) PSD PRB
Deley (RJ) PSC PTB
Dr. Paulo César (RJ) PSD PR
Francisco Araújo (RR) PSL PSD
José Humberto (MG) PHS PSD
Luiz Nishimori (PR) PSDB PR
Stefano Aguiar (MG) PSC PSB
Paulo Lustosa (CE) PMDB PP
Silvio Costa (PE) PTB PSC
Walter Feldman (SP) PSDB PSB
Wilson Filho (PB) PMDB PTB
Fonte: Ministério Público Eleitoral
Mariana Oliveira Do G1.
Quinta-feira,28 de novembro,2013
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