Foi rejeitada nesta terça-feira
(12), com 23 votos contra, 34 a favor e duas abstenções, a emenda apresentada
pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB) que tornaria ainda maior o percentual dos
recursos destinados para a saúde previsto na Proposta de Emenda à Constituição
do Orçamento Impositivo (PEC 22A/2000), aprovada em primeiro turno na semana
passada. Eram necessários 49 votos "sim" para aprovar a emenda.
Logo em seguida, o Plenário do
Senado iniciou a votação da PEC em segundo turno, depois de acordo entre as
lideranças partidárias sugerido pelo presidente Renan Calheiros, que permitiu a
quebra de interstício (intervalo) entre uma votação e outra.
Atualmente, somente os estados e
municípios têm percentuais definidos pela lei que regulamentou a Emenda
Constitucional nº 29 para aplicação na saúde (12% e 15%, respectivamente).
Na tarde desta terça (12), os
senadores tiveram que optar entre a emenda de Cícero Lucena, apoiada pelo PSDB,
DEM, PSOL, PSB, PSC e senadores independentes da base governista, e o que prevê
o texto atual da PEC 22A/2000.
De acordo com a emenda de Lucena,
a União teria que destinar à saúde, em quatro anos, 18% da Receita Corrente
Líquida (RCL) do Orçamento da União, de forma escalonada: 15% em 2014; 16% em
2015; 17% em 2016; e 18% em 2017.
O relator da PEC na Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e em Plenário, o líder do governo no
Senado Eduardo Braga (PMDB-AM), insistiu em seu texto substitutivo à PEC,
apresentada em 2000 pelo então senador Antonio Carlos Magalhães, falecido em
2007: escalonamento da parcela da União em cinco anos; aplicação mínima
obrigatória de 13,2% em 2014; 13,7% em 2015; 14,1% em 2016; 14,5% em 2017; e
15% em 2018. Esse percentual incluiria tanto os recursos das emendas
parlamentares quanto os dos royalties do petróleo.
Execução obrigatórias de emendas
A PEC 22A, na forma como foi
aprovada no primeiro turno (que deve ser confirmada na votação em segundo
turno), torna obrigatória a execução de emendas parlamentares até o limite de
1,2% da Receita Corrente Líquida no exercício anterior. Desse total, 50%, ou
seja, 0,6% da RCL, terão que ser aplicados na área de saúde.
Quem quer entender esse
intrincado cipoal de regras, deve ficar atento para a diferença de grandezas e
de abrangência entre os artigos da PEC que se referem à Receita Corrente
Líquida da União.
Num caso, tratou-se de normatizar
o volume de recursos contidos em emendas parlamentares ao orçamento, cuja
execução será obrigatória pelo governo, equivalente a 1,2% da RCL, algo em
torno de R$ 8 bilhões, no total, cerca de R$ 14 milhões para cada senador e
deputado. Metade dessa verba terá de ser aplicada, obrigatoriamente, em emendas
destinadas à saúde.
Mas a PEC trata também do volume
total de dinheiro para a saúde pública, que chegará a 15% da RCL em 2018, de
acordo com o texto vitorioso. Já a emenda de Lucena permitiria que esse
percentual chegasse a 18% em 2017, mas foi rejeitada pelo Plenário.
Fonte: Agência Senado
Postado terça-feira 12 de
novembro 2013
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